A Daikin promoveu, no último 15 de janeiro, o 3º. Konwakai (discussão amigável sobre o desenvolvimento sustentável, em japonês), na capital paulista. O evento contou com a participação de representantes do setor, associações, acadêmicos, entidades governamentais e ONGs, e especialistas em eficiência energética e sustentabilidade. Vários países da América Latina estiveram representados, acompanhados por representantes do Japão, UE e EUA.

A Konwakai foi realizada pela primeira vez no Japão, em 1995, para discutir opiniões com especialistas sobre o futuro do ar-condicionado. Esses fóruns se desenvolveram em todo o mundo, sendo realizados em locais como União Europeia, China, EUA, Ásia/Oceania e América Latina. Este ano o Brasil foi o anfitrião do evento, integrado por três sessões com treze palestrantes que expuseram tópicos relacionados à eficiência energética e à transição de refrigerantes na América Latina.

Os desafios de se enfrentar a crescente demanda de energia para o resfriamento de espaços e como superar os problemas ambientais derivados através de políticas públicas e colaboração com o setor e com acadêmicos, orientaram as discussões. Fizeram parte das apresentações, os benefícios da tecnologia de eficiência energética, como inversores, assim como o refrigerante com menor potencial de aquecimento global (GWP). Através de demonstração de projetos realizados no Brasil e divulgação de melhores práticas do Japão e de outras nações, o evento abordou ainda a perspectiva dos programas de eficiência e certificação de edifícios e como os mercados vêm adotando o princípio de “servitalização” (servitization) no setor de AVAC-R.

Shu Kawasaki (Daikin), Ammi Amarnath (Daikin), Arnaldo Basile (Abrava), Luciano Marcato(Daikin) e Felipe Faria (GBC)

Ana Lepure (consultora do México para a Agência Internacional de Energia – IEA) explicou a perspectiva geral da demanda de energia e questões ambientais na região. Carlos Alexandre Príncipe Pires, diretor de desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia do Brasil, apresentou uma visão geral da matriz energética brasileira, destacando as atividades do PROCEL. Pelo Inmetro, falou Danielle Assafin, apresentando o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). Em seguida, Kamyla Borges, coordenadora do Projeto Kigali no Instituto de Clima e Sociedade (iCS), falou sobre os desafios e oportunidades do ar condicionado no Brasil, em termos de eficiência energética e transição para refrigerantes com baixo GWP, com o objetivo de obter a ratificação da Emenda Kigali pelo governo brasileiro.

A segunda sessão teve Roberto Lamberts, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, que apresentou os resultados de um projeto de demonstração realizado em três estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina), com apoio do governo japonês, através da Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA). A experiência japonesa esteve presente no evento com a palestra de Yasushi Tanaka, do Centro de Conservação de Energia (ECCJ), que revelou como os setores públicos conseguiram elevar a conscientização, incentivando assim os consumidores a escolher sistemas de ar-condicionado mais eficientes no país.

Sohrab Yazdani, fundador da Green Group Sustainability Consulting, e Carlos Grinberg, fundador do Estúdio GF, mostraram princípios do QAI (qualidade do ar interior), com a finalidade de reverter estilos de vida pouco saudáveis e elevar os níveis de produtividade em edifícios. Em seguida, Ammi Amarnat, executivo técnico do Instituto de Pesquisa em Energia Elétrica (EPRI), discorreu sobre tecnologias e serviços Grid-Interactive para edifícios – que podem oferecer, de maneira econômica, flexibilidade no uso da energia elétrica em edifícios. Finalizando, Thomas Motmans, da Agência de Energia Sustentável da Basileia (BASE), apresentou o tópico “Cooling as a Service” (CaaS), como serviço pay-per-use para sistemas de ar-condicionado, um modelo para a transformação de produtos em serviços, e grande tendência que vem evoluindo rapidamente em todos os setores.

Entre outras destacadas presenças, o 3º. Konwakai contou com a participação de Arnaldo Basile, presidente executivo da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Aquecimento e Ventilação (Abrava).

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