A Covid-19, provocada pela infecção do novo coronavírus, o Sars-CoV-2, exibe números cada vez mais alarmantes. Identificado oficialmente em 1º de dezembro de 2019, tendo a confirmação do primeiro caso anunciada no último dia do ano, em Wuhan, província de Hubei, China, o número de infectados em todo o mundo chegava a cerca de 4 milhões em 9 de maio, com  um total de 280 mil mortes decorrentes das complicações infecciosas. No Brasil, o avanço da pandemia tem sido galopante. Na mesma data tínhamos 150 mil infectados, com mais de 10 mil mortes, cerca de pouco mais de 3 meses após a notificação oficial do primeiro caso.

A Covid-19, ainda que distante da letalidade de outras pandemias conhecidas, como a peste negra na Europa do século XIV e a gripe espanhola, iniciada nos Estados Unidos em 1918, pode ser a anunciação de uma era marcada por epidemias cada vez mais devastadoras. O médico, físico e matemático Eduardo Massad, professor emérito de Informática Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e professor titular de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV), qualifica a Covid-19 como “um ensaio geral da big one”, uma grande pandemia que viria para alterar o quadro demográfico mundial, aniquilando bilhões de vidas, com resultados semelhantes aos da peste negra em sua época.

Ainda sem medicamentos comprovados, e longe de uma vacina, os diversos governos mundiais recorrem a estratégias que minimizem o contágio e amenizem o impacto sobre os sistemas de saúde. O isolamento social tem se mostrado a mais efetiva forma de controle, com impacto violento sobre a atividade econômica, que já apontava para uma recessão antes mesmo da pandemia, maior que a grande depressão provocada pela quebra da bolsa americana em 1929.

As primeiras lições da pandemia apontam para a elevação dos padrões higiênicos e o distanciamento social. Oxalá tenham o potencial de valorizar a operação e manutenção dos sistemas de climatização, peças-chave em inúmeras situações, a começar pelas unidades assistenciais de saúde.

O projetista e consultor Fernando Britto, diretor da Adriferco, aponta para duas necessidades prementes no AVAC-R: 1º) Garantir a execução adequada do PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle, conforme Lei 13589 de 2018, Portaria MS 3523 de 1998, Resolução ANVISA RE-09 de 2002, ABNT NBR 13971 e RENABRAVA 06 de 2018, as quais, após mais de 3 décadas, ainda não são cumpridas na maioria das instalações; 2º) Aplicar os tratamentos de ar e contenções adequadas em novos projetos de unidades assistenciais, obedecendo as recomendações da NBR 07256 vigente e a consulta pública de sua revisão de 2018, que traz atualizações importantes que devem ser seguidas.

Os profissionais do AVAC-R têm que se engajar na luta mundial, acredita Wili Hoffmann, da Anthares. “Temos a responsabilidade como técnicos de utilizar todo o conhecimento que temos para pensar e executar boas instalações que, independente da tecnologia utilizada, proporcionam ambientes internos mais saudáveis. Isto porque estes sistemas podem ser aliados importantes no processo de contágio. Nos parece que o contágio pelo ar, por partículas muito pequenas, é uma parte importante dos casos. Sabe-se que a redução de material particulado em suspensão no ar diminui a probabilidade de contaminação por via aérea. Por isso os sistemas de renovação de ar externo e, principalmente de filtração do ar externo e de recirculação, devem ser bem projetados, com filtros com eficiências adequadas, com o intuito de retirar os contaminantes por diluição.”

“É uma corresponsabilidade com toda a sociedade; temos soluções técnicas para mitigar ou reduzir a possibilidade de contaminação dentro de nossa expertise, pois não somos especialistas em infecção ou transmissão da virose. Um exemplo clássico é o relacionado a filtragem de micropartículas através de filtros finos, EPA, HEPA ou ULPA, cuja eficiência é mensurável e, em ambientes hospitalares, por exemplo, é possível ter sob controle condições pré-estabelecidas desde que devidamente monitoradas e certificadas.  Bons projetos de áreas de isolamento e UTI podem evitar contaminação cruzada ou ainda proteger os profissionais da saúde”, afirma Marcos Antonio Vargas Pereira, da Térmica Brasil.

André Gallo, coordenador de produto da Trox, acredita que o papel da comunidade do AVAC-R é, principalmente, “disseminar informações e esclarecer dúvidas a respeito do vírus e a sua relação com o uso do ar-condicionado, garantia da qualidade do ar respirado em favor da saúde das pessoas, e para o cumprimento das exigências básicas para ambientes climatizados. Uma coisa é fato, que o vírus se propaga pelo ar por meios de gotículas suspensas no ar, e o uso do ar-condicionado pode ser um aliado no combate à Covid-19 e outras moléstias transmissíveis pelo ar, justamente removendo partículas em suspensão, desde que os equipamentos estejam em boas condições de manutenção, com boa limpeza, filtros limpos e adequados e a renovação do ar estiver sendo realizada conforme exigências legais e normativas. Para isto, o PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle deve estar sendo bem aplicado, de acordo com as leis e normas.”

Diminuir a concentração de particulados

A Norma NBR 16401-parte 3 traz, como novidade, uma metodologia de cálculo aproximado da concentração de material particulado dentro dos ambientes com sistemas de AVAC. O que é extremamente útil para a seleção adequada dos filtros de ar e da quantidade de ar de renovação. “Concentrações menores de material particulado reduzem a probabilidade de contaminação pelo ar e minimizam a proliferação do Sars-Cov-2 e de todos os outros microrganismos patogênicos. Então tudo o que está sendo falado agora já era importante antes da Covid-19, mas, de qualquer forma, possibilita uma reavaliação e inspira os técnicos para um cuidado especial. Logicamente que o alcance é limitado, uma vez que existem outras formas de contágio tão ou mais importantes para a proliferação do vírus, logo, podemos concluir que os sistemas de AVAC são importantes aliados, principalmente nos hospitais”, enfatiza Hoffmann.

Na mesma direção, Gallo afirma que a filtração nos sistemas de AVAC pode fazer parte de uma abordagem geral de mitigação de riscos, mas geralmente não é considerada uma solução por si só. “Não há evidência científica direta de benefício, mas é possível inferir razoavelmente alguma exposição reduzida com base na capacidade de alguns filtros de remover partículas que contêm o vírus da Covid-19. Como na maioria das instalações de ar-condicionado, os sistemas de filtração mais comuns são equipados com filtros de ar de eficiência média e fina, que filtram as partículas sólidas e líquidas. Os vírus, quando existentes no ar, necessitam dessas partículas para serem transportados. Neste sentido, impedindo a passagem desse material particulado, é possível dificultar a chegada dos vírus e bactérias ao ambiente climatizado. Por isso, a utilização de baterias de filtragem, tanto nos sistemas de recirculação como nos sistemas de renovação, ajuda na manutenção da concentração de particulado em níveis mais baixos, colaborando assim com a diminuição da contaminação.”

Britto, da Adriferco, esclarece que em ambientes hospitalares, os sistemas de filtração serão de grande importância na proteção dos pacientes infectados e, principalmente, da equipe médica e do meio ambiente. “As enfermarias, CTIs e UTIs onde os pacientes serão internados e tratados, deverão atender ao nível de risco 3 preconizado na NBR 7256 (ambas as versões), não podendo haver recirculação de ar partindo de dois ambientes com riscos distintos. Contudo, mesmo que os ambientes tenham o mesmo risco (todos contaminados com o mesmo vírus), é de minha opinião que não se deve recircular o ar de salas distintas, pois, teremos de considerar as infecções oportunistas (fungos, bactérias etc.), que podem se encontrar em apenas um dos ambientes e não deveria se espalhar. Ao mesmo tempo, cabe lembrar que a filtragem HEPA, anteriormente designada como “absoluta”, foi renomeada, pois não possui 100% de eficiência.”

“Um sistema bem dimensionado pode eliminar o novo coronavírus quando em aerossol, e a eficiência de remoção está ligada à classe de filtragem do sistema, mas, também, na quantidade de trocas de ar por ambiente. Há inclusive uma recomendação para onde haja recirculação de ar, que seja modificado para 100% ar externo. A eficácia na redução da proliferação depende da eficiência do filtro de ar. Como as gotículas infecciosas geralmente são maiores que 1 micrômetro, a redução do vírus é significativamente maior em filtros com eficiência declarada de ePM1 ou EPA / HEPA. A Camfil recomenda filtragem grau HEPA para remover o Sars-CoV-2 quando em aerossol”, entende Leandro Aires, gerente de marketing e vendas da Camfil.

Entretanto, Hoffmann chama a atenção para o fato de a remoção do material particulado (partículas sólidas ou líquidas), que podem ou não conter os microrganismos, acontecer por diluição (fluxo não unidirecional). “Isto significa que é tecnicamente impossível fazer a remoção total e sempre existirá uma parcela destas partículas em suspensão. A concentração interna das partículas menores, principalmente PM2,5, será tanto menor quanto mais limpo (menor concentração) for o ar insuflado na sala e maior a vazão deste ar. A primeira pela responsabilidade dos filtros e a segunda pelo dimensionamento dos equipamentos de AVAC.”

O consultor da Anthares explica, ainda, que filtros de uso geral (NBR ISO 16890-1) normalmente são adequados para se obter ambientes de conforto com concentração adequadas. “Em aplicações específicas em hospitais, muitas vezes o principal problema está no ar de exaustão de ambientes de isolamento (AII) quando estes sistemas retiram o ar contaminado dos ambientes para obtenção de pressão negativa com relação ao corredor, para o tratamento de pacientes infectados com doenças transmissíveis pelo ar, que é o caso da Covid-19. Este ar de exaustão deve ser filtrado antes de descarregado para a atmosfera com filtros de alta eficiência (NBR ISO 29463-1), reduzindo a próximo de zero a concentração de partículas. Cabe ao engenheiro elaborar a avaliação para especificar corretamente quais são as eficiências adequadas para evitar exageros. Existe também a norma NBR 7256, em fase final de revisão, que traz parâmetros para este tipo de instalação.”

À própria novidade do caráter do Sar-CoV-2, somam-se as incógnitas sobre a natureza das suas partículas e gotículas. “Sabemos que tem uma forma esferoide, com diâmetro no intervalo de 80 a 140 nm, aproximadamente 0,1 mícron. Os filtros de maior eficiência, chamados HEPA (High Efficiency Particulate Air Filter), instalados corretamente podem remover partículas críticas de um tamanho relevante, dependendo da eficiência de captura que geralmente é de dimensão de 0,3 mícron com eficiências de, no mínimo, 99,97%, ou de acordo com a partícula de maior penetração MPPS a que o filtro foi desafiado. Sabemos que é muito improvável que os filtros de baixa eficiência (por exemplo, menos de M5 de acordo com a norma 16101:2012, ou menos de ePM2.5, 20% de acordo com a ISO 16890-1: 2016) façam a diferença, pois a partícula do vírus da Covid-19 é menor que a área de captura desses filtros. Já os filtros finos com eficiência de 85% a 90% para ePM1 (F8 e F9) que têm melhor eficiência para partículas menores, e como essas partículas pequenas se depositam nas fibras do filtros pelo mecanismo de difusão e também são agregadas com as partículas maiores que já estão retidas no meio filtrante, pode de certa forma fazer alguma diferença, pois reduz a concentração de particulado no ambiente”, defende Gallo, da Trox..

Britto explica que, conforme a NBR ISO 29463 parte 1, a representação do grau de eficiência de um filtro  “ISO” é estabelecida por um número que representa o número de algarismos “9” de sua eficiência, seguido de um algarismo “0” ou “5”, para as classes intermediárias, e um sufixo de designação do nível de filtragem: E (EPA), H (HEPA) ou U (ULPA). Assim, o ISO30E significa eficiência de 99,9% (100 partículas em cada 100000 poderão passar pelo filtro); ISO35H significa eficiência de 99,95% (ou seja, 50 partículas em cada 100000 poderão passar pelo filtro) o dobro da eficiência anterior, apto para ensaio de campo; e ISO45H significa eficiência de 99,995% (5 partículas em cada 100000 poderão passar pelo filtro), dez vezes mais eficiente que o ISO35H e 20 vezes mais eficiente que o ISO30E, apto para ensaio de campo.

“Considerando que em uma única tosse são expelidos trilhões de partículas, podemos avaliar o que a escolha da eficiência de filtragem irá representar. Teremos de utilizar os filtros ISO35H e ISO45H disponíveis no mercado e recomendarmos as contingências possíveis e viáveis, ambos a curtíssimo prazo. E nos prepararmos para a instalação, monitoramento e substituição dessas mídias, que irão operar em condições hospitalares e terão pouca vida útil, por não se tratarem de salas classificadas (enfermarias, várias delas alimentadas com mini splits, por mais absurdo que seja) e dotadas de pressão negativa em ambientes de baixa estanqueidade (onde penetrarão partículas de todo tipo, oriundas de cada orifício e fresta existentes nesses ambientes)”, afirma o consultor da Adriferco.

Britto informa, ainda, que a revisão da NBR 07256 de 2018 (ainda aguardando publicação), recomenda em seu item “6.3 Ambientes de isolamento de infecções por aerossóis, materiais contaminados e emissão de vapores/gases”,  a utilização de filtragem ISO30E para permitir a recirculação de ar em ambientes de mesmo risco, além desses ambientes operarem com pressão negativa. “Mais ainda, como o filtro de exaustão das salas de quarentena e UTIs da Covid-19 irão descarregar o ar interno (contaminado) na atmosfera, adotar sistemas com 100% de ar externo e/ou filtragem de baixa eficiência, podem não ser a melhor estratégia.”

Ele justifica sua opinião: “Como os filtros de alta eficiência, não importando quão alta seja essa eficiência, sempre permitirão uma determinada penetração de partículas (partículas que conseguem passar através do filtro), significando que parte dos vírus passará pelos filtros, a meu ver, embora pareça recomendado adotar 100% de exaustão (sem recirculação) em ambientes de quarentena, isso significaria que estaremos descarregando no meio ambiente mais vírus que deveriam estar contidos no interior desses ambientes. Usando filtragem ISO35H (mínima preconizada na revisão de 2018 da norma NBR 7256), podemos recircular 2/3 da vazão de insuflação (desde que oriundas da mesma sala) e exaurir 35~40% da vazão insuflada no ambiente (1/3 da insuflação, acrescida das infiltrações devidas à pressão negativa do ambiente), reduzindo o risco para o meio ambiente. Ainda assim, devemos efetuar as reposições de ar externo preconizadas na norma, ou a concentração de CO2 e outros gases do ambiente tornará o ambiente impróprio para ocupação”, conclui Britto.

Eficiência da filtração

Hoffmann argumenta que os vírus são organismos muito pequenos, da ordem de 0,1 micrometro e sabe-se que normalmente são transportados pelo ar, utilizando-se de partículas maiores. “De qualquer forma os filtros absolutos, como também são conhecidos, têm alta eficiência para o MPPS (tamanho de partícula de maior penetração). Este MPPS depende do meio filtrante, mas normalmente fica em torno de 0,18 micrometros, logo, eficientes para retenção da maior parte das partículas desta ordem de grandeza.”

Vargas Pereira explica que a eficiência de filtros HEPA é testada em fábrica e declarada em relatório apropriado conforme ABNT NBR ISO 29463 , sendo a integridade e a estanqueidade dos filtros instalados garantidas através de ensaios conforme norma ABNT NBR ISO 14644-3 em campo. “Não há como mensurar a eficiência em relação a um vírus, pois, geralmente, vírus que tem dimensões nano métricas para serem transportados associam-se a partículas não viáveis apesar de poderem ser transportados sem esta ligação.”

“Por último, os filtros ISO30E (classe EPA e não HEPA), indicados na revisão de 2018 da NBR 7256 que foi encaminhada para consulta pública (ainda aguardando aprovação), não permitem ensaios de campo, pois não fornecem eficiência suficiente para serem ensaiados pela metodologia preconizada (o aerossol de desafio passa através da mídia em quantidade elevada), significando que os filtros podem não estar adequadamente instalados e seguros para a contenção requerida”, pondera Fernando Britto.

Contenção da disseminação do vírus

Numa situação como a exposta pelo Sars-CoV-2, redobram os cuidados para evitar a contaminação cruzada. “Os projetos devem ser dimensionados e estudados para este fim, em ambientes de trabalho interno com recirculação os equipamentos devem ser providos de filtros e dispositivos capazes de reduzir as partículas em suspensão a níveis aceitáveis. Os dispositivos de inativação ou desinfecção dos vírus do tipo de oxidação catalítica ou UV devem ser muito bem dimensionados e levando em consideração todos os detalhes de instalação para que sua eficiência seja realmente capaz de reduzir as possibilidades de contaminação.  Com relação a ambientes hospitalares, sistemas com 100% de ar de renovação com filtros adequados e dispositivos bem dimensionados (UV por exemplo) e 100% de extração de ar com equipamentos tipo bag in bag out e extração localizada seria o aceitável”, diz Vargas Pereira.

É necessário evitar que o vírus seja dispensado no meio ambiente. Neste sentido, a troca de filtros demanda atenção. “Em geral, é aconselhável supor que os filtros tenham material microbiológico ativo. Não se sabe se isso representa um risco importante de doença infecciosa por vírus, mas o princípio da precaução sugere que deve ser tomado cuidado para se evitar possíveis contágios pelo contato com o filtro. Isso se torna particularmente importante em qualquer edifício em que haja casos conhecidos ou semelhantes de qualquer doença infecciosa, incluindo a Covid-19. O sistema deve ser desligado ao trocar os filtros e tomar todas as medidas de proteção necessárias, como o uso de luvas, incluindo um respirador”, alerta Gallo, da Trox.

Se habitualmente o descarte merece cuidados especiais, na presente situação deverão ser redobrados. “O método mais recomendado para filtros que são passiveis de contaminação é que seja retirado o filtro, colocado em um saco selado, posteriormente remetido para o processo de descontaminação por autoclavação e deve ser encaminhado ao sistema de incineração, não podendo ser descartado, diretamente, em qualquer local.

Recomendações gerais

O enfrentamento da pandemia exige a preparação de leitos adicionais de forma emergencial e nem sempre as instalações estão adequadas com leitos de isolamento (AII). Por isso, acredita Wili Hoffmann, “os engenheiros de AVAC devem apresentar soluções fáceis e rápidas para, se não adequar completamente as instalações, adaptá-las para a forma mais segura possível. Uma das técnicas é o uso de equipamentos de filtração portáteis que podem, de forma emergencial, promover a despressurização dos ambientes e, também, promover uma filtração adicional. Podem funcionar de forma paralela e independente do sistema de climatização existente. Logicamente deverá ser desenvolvido procedimento e logística para manutenção destes equipamentos mais tarde.”

Leandro Aires, gerente de marketing e vendas para a América Latina da Camfil, lista algumas medidas. “Se você estiver reciclando o ar do seu prédio para economizar energia, desligue a recirculação e use 100% de ar externo. Isso aumentará a taxa de fornecimento de ventilação. Os vírus em prédios têm maior probabilidade de vir de dentro do prédio do que de fora. O ar fresco dilui a concentração e desligar a recirculação impede a propagação do vírus por todo o edifício. Se for possível, aumente a eficiência do seu sistema de filtragem. Filtros com classe F9 de acordo com a NBR 16.101 ou classe ePM1 de acordo com a ISO 16.890 são a mínima proteção para remoção da Covid-19. Filtros classe HEPA (H13 ou H14) são os mais indicados para remoção do vírus em aerossol. Portanto, caso o sistema comporte um aumento de eficiência, essa seria uma medida para reduzir a proliferação.”

Finalizando, Aires recomenda o uso de purificadores de ar. “Se você já desligou a recirculação, aumentou o fluxo de ar e aumentou a eficiência dos filtros para a máxima eficiência de filtragem permitida, existe a possibilidade de usar purificadores de ar de recirculação e alta qualidade. Eles são muito eficazes para melhorar a qualidade geral do ar. A vantagem dos purificadores de ar é que uma eficiência de filtragem significativamente mais alta (HEPA H13 ou H14) pode ser aplicada em salas onde, de outra forma, seria impossível. Com altas rotações de ar e alta eficiência de filtragem, é possível reduzir as partículas de uma sala em 90% ou mais. É uma boa ideia usar purificadores de ar em áreas de alto risco e em locais onde muitas pessoas precisam ficar próximas umas das outras, como escritórios, salas de espera, refeitórios, recepções etc.”

Ronaldo Almeida
ronaldo@nteditorial.com.br

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