José Carlos Felamingo, diretor da Union Rhac, é um pioneiro na implantação de sistemas de cogeração no Brasil. Na sua opinião, a chamada Combined Heat and Power (CHP), que vem a ser a produção simultânea de energia elétrica (EE), água gelada (AG) e água quente (AQ), ou simplesmente cogeração, tem inúmeras vantagens: “Eficientização da matriz energética de um edifício comercial ou indústria, oferecendo segurança, qualidade, emergência e independência no fornecimento de EE, AG, AQ, Vapor. No cenário econômico, a implantação do CHP só se justifica quando o capital envolvido retornar em prazo e taxa convenientes, seja para o proprietário ou um investidor. E isso se obtém através da geração de EE a um custo atrativo, bem como do máximo aproveitamento possível dos energéticos secundários (AG, AQ, Vapor etc.).”

Para ele o apelo para a aplicação do CHP se evidencia nos seguintes pontos: “menor custo de produção do leque de energéticos (EE, AG, AQ, vapor etc.) de um edifício comercial ou planta industrial; na geração de EE próximo ao centro de cargas; na estabilização da rede elétrica local que sofre com as variações da EE proveniente de fonte renováveis, como por exemplo a solar, devido as bruscas mudanças da insolação.”

Na sua opinião, o processo depende de alguns fatores, como a regulamentação firme que defina a geração distribuída, utilizando como fonte de energia o gás natural; uma visão das concessionárias de energia elétrica, com olhar mais positivo dos benefícios do CHP, como por exemplo, a geração junto ao centro de carga, contribuindo com a estabilidade no fornecimento no grid.

“Um sistema de CHP pode ser implantado com os seguintes equipamentos: grupo motogerador (GMG) ou turbina  a GN ou Biogás, ou ainda por célula de combustível. A CHP tem também seus componentes secundários, mas não menos importantes: a caldeira de recuperação (HRSG), o resfriador (chiller) por absorção e a torre de resfriamento. Outro elemento importante, utilizado em todos os sistemas de CHP, é o painel elétrico que faz o sincronismo e paralelismo da EE com o grid”, explica.

“Se a implantação de um CHP para um único usuário final se mostrar economicamente inviável, pode-se tentar a viabilidade  da instalação com multiusuários, em formato Geração Distribuída (conforme Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012) onde um deles é o “hospedeiro” da instalação e se beneficia de água quente, água gelada ou vapor, por exemplo, e os demais são unicamente usuários finais de energia elétrica, num regime de consórcio ou cooperativa”, conclui Felamingo.

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