Atualmente, em nossa visão, existem dois grandes temas muito críticos e latentes que todo novo projeto deve levar em conta: qualidade do ar interior e sustentabilidade. Um projeto obrigatoriamente teria que atender essas duas demandas com foco na saúde dos espaços com monitoramento e controle da qualidade do ar a todo momento, assim como na redução de custos operacionais e de manutenção, consumo de energia e água e aumento de disponibilidade dos equipamentos e sistemas.

Além disso, é primordial que se utilize as novas tecnologias disponíveis, como as plataformas de gerenciamento em nuvem, que são mais escaláveis e possibilitam um gerenciamento mais analítico. Desta forma, as empresas passam a exigir menos dos profissionais, por se apoiarem em tecnologias que prescrevem os passos a serem tomados.

Combinando Inteligência Artificial (AI) e Machine Learning, essas ferramentas entregam de forma automática aos clientes uma manutenção prescritiva, muito mais inteligente e capaz de antever a resposta para um possível problema, assim como sugerir as ações para corrigi-lo.

Uma das inovações permitidas pelo OpenBlue – plataforma na nuvem desenvolvida pela Johnson Controls baseada em inteligência artificial e machine learning – que reúne um conjunto completo de soluções conectadas, com diferentes aplicações, é o controle da qualidade do ar. O ar limpo faz parte da nossa abordagem mais ampla para reimaginar espaços e lugares em meio à Covid-19 e atender às diretrizes em evolução da Ashrae, o que significa garantir instalações saudáveis, seguras e flexíveis para esta nova realidade. A abordagem consultiva se fundamenta na expertise em AVAC, nas pesquisas dos nossos parceiros acadêmicos e na orientação do CDC, da OMS e da Ashrae.

As soluções incluem métodos de ventilação para aumentar a circulação de ar externo, taxas recomendadas de troca de ar para diminuir os aerossóis, opções de filtragem que aumentam a coleta de partículas para melhorar a qualidade do ar interno e configurações ideais de temperatura e umidade para desestabilizar a transmissão de patógenos.

Ter um bom projeto, possuir monitoramento contínuo através da automação dos mais variados KPIs disponíveis (temperatura, umidade, CO2, TVOC, PPM2.5, PPM10) e obter dicas automáticas de lógicas buscando manter equilíbrio do trade-off entre qualidade do ar e consumo de energia são fundamentais para atendermos uma demanda cada vez mais crítica.

Assim como ocorreu globalmente, a pandemia impulsionou o uso da tecnologia em todos os setores. No segmento de AVAC-R, no qual isso já ocorria, assistimos ao surgimento de ferramentas ainda mais efetivas, agnósticas (podendo receber e consolidar dados dos mais variados sistemas e protocolos) e imersas em inteligência artificial e machine learning como a nossa plataforma OpenBlue.

Todo projeto de sistemas de automação tem de envolver questões relacionadas ao uso responsável de recursos naturais e, consequentemente, à diminuição do consumo de água e energia. Desta forma, avaliamos que a automação tem potencial para desempenhar um papel relevante para a conservação dos recursos. Sistemas que permitam o monitoramento do consumo, mas que também gerem insights das ações e lógicas que devem ser usadas para atingir as metas de redução são tendências que muitos clientes já estão adotando em suas plantas. Além disso, possuir ferramentas que permitam rapidamente definir qual tipo de energia disponível deve ser consumida em cada momento do ano (proveniente de concessionária, diesel ou mesmo autogeração a partir de plantas eólicas, solares etc.) são maneiras de não só garantir o equilíbrio de oferta e demanda sem botar em risco a operação dos clientes como habilitar a edificação a se tornar eventualmente Netzero.

 Para os profissionais que projetam, constroem e gerenciam instalações, é crucial melhorar a eficiência e a eficácia. A automação de edifícios e a automação inteligente, habilitadas para dados e controles correspondentes, oferecem às empresas a capacidade de fazer com muita assertividade o forecast de consumo de energia e água, assim como entendermos melhor o comportamento dos mais variados tipos de edificações, antevendo falhas e orientando prescritivamente as ações a serem tomadas, gerando mais economia, mais sustentabilidade e aumentando da disponibilidade e vida útil dos equipamentos e sistemas.

Antes de mais nada, é importante ter meios de monitorar o consumo dos insumos e automaticamente calcular a conversão do consumo e dos savings em pegadas de carbono. A partir desse entendimento, a automação, aliada com diversas instrumentações, como as válvulas de balanceamento e controle e agora também com tecnologias como digital twin, machine learning e inteligência artificial, teriam a capacidade de atuar mais precisamente buscando atingir de maneira ótima e com alta eficiência a demanda requerida com o mínimo de consumo e impacto nas instalações.

João Paulo Oliveira Diretor de Soluções Digitais da Johnson Controls para América Latina

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