A Covid-19 colocou no centro da mesa a questão da qualidade do ar que respiramos em ambientes fechados. Antes negligenciada, a saúde de trabalhadores e frequentadores de locais climatizados passa a ser valorizada. A pandemia, pela sua letalidade, fez lembrar que também as variantes do vírus influenza, como H1N2 e H3N2, podem ser fatais. Ganham importância, assim, os sistemas de tratamento do ar de renovação e do ar recirculado para controle da contaminação secundária, gerada por aerossóis. Neste sentido, também o respeito à gestão dos sistemas de filtragem é fundamental.

“Filtros de ar devem ser monitorados, evitando o uso em situações de saturação, já que este uso pode comprometer a qualidade do ar interno. De forma geral, para assegurar que a qualidade do ar interno esteja de acordo com o projeto e dimensionado no sistema, deve-se manter um plano de manutenção preventiva e corriqueiras análises dos filtros, atentando-se a dados como perda de carga final e estanqueidade do sistema”, alerta Vinicius Fernandes, da Aeroglass.

Celso Simões Alexandre, Presidente do Board Estendido da Trox Américas, recomenda, particularmente, uma verificação mensal dos sistemas de filtragem. Dentre as ações, lista a análise de gaxetas, integridade dos elementos filtrantes e evolução do diferencial de pressão e vazão de ar de projeto.

Sem dúvida, que a filtragem, por si, não há de resolver todos os problemas de contaminação. “Importante garantir a ventilação e renovação do ar interior, pois são imprescindíveis para evitar a proliferação do vírus, bem como doenças alérgicas e respiratórias. Já é sabido que em ambientes climatizados artificialmente existe uma incidência maior para transmissão respiratória do SARS-CoV-2, portanto. deve-se controlar também a temperatura e umidade ambiente”, pondera Vitor Serigatti, Gerente de Vendas e Marketing da Camfil.

Sistemas de filtragem com monitoramento negligente redundam em pouca eficiência quanto aos seus objetivos, mas, também, demandam maior dispêndio energético. “Para manter a eficácia do sistema de filtragem os itens que tratam de protocolos e eficiências de filtragem devem ser rigorosamente seguidos e sempre sob orientação e responsabilidade de profissionais qualificados. Vale ressaltar a importância dos proprietários, gerenciadores e responsáveis pelas ocupações para que deem condições para que os trabalhos necessários sejam realizados de forma a atingir seus objetivos”, pontua Cláudio Kun, Gerente de Vendas da Trox.

Fernandes lembra que, para garantir a eficácia dos sistemas, o importante é seguir as instruções fornecidas pelos fabricantes no que se diz respeito a vazão, perda de carga final e demais aspectos técnicos dos filtros. “Seguindo as recomendações, da estocagem até o fim da vida, o usuário irá garantir a eficácia do sistema de filtragem.”

Ou, como recomenda Serigatti: a) cumprir com as especificações do PMOC; b) fazer a substituição correta dos filtros de ar considerando perda de carga e seguindo as normas vigentes; c) proceder à limpeza dos diversos componentes da UTA, como serpentinas, bandejas de condensação e ventiladores; d) fazer a limpeza dos dutos de ventilação.

Cada tipo de ambiente requer um determinado grau de filtragem. “De um modo geral e seguindo recomendações da REHVA e ASHRAE, nas unidades de tratamento de ar o mínimo recomendado em todas é F7/F8 (ISO 16890 ePM.2,5- 65%. Para estabelecimentos de saúde, seguir a norma revisada ABNT 7256”, recomenda Simões Alexandre.

A Trox também disponibiliza um equipamento portátil que pode ser alocado em qualquer ambiente, como escolas, call centers , lojas de varejo etc O equipamento vem com dois estágios de filtragem (M5 e H13) sendo o último filtro o mesmo que é utilizado em hospitais e indústrias farmacêuticas. Cada torre cobre uma área de até 100m²”, informa Cesar Santana, Gerente de Vendas da Trox.

“Existem diversas recomendações e exigências de filtros de ar para ambientes distintos. O correto é seguir as normativas, leis e portarias em vigor no país a fim de garantir que a filtragem de ar no ambiente está corretamente dimensionada. Como exemplo, podemos citar a NBR 7256, que possui revisão recente em agosto de 2021, como a principal normativa a ser seguida para casos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Também é importante o contato com os fabricantes de filtros de ar, a fim de determinar o filtro correto para o sistema em relação a vazão e perdas de carga, além das classes de filtragem”, completa Fernandes, da Aeroglass.

A substituição dos filtros também merece atenção, por se tratar de um meio altamente contaminado. “O operador responsável deverá estar devidamente paramentado, utilizando os EPIs específicos, como máscara N95, óculos, luvas e vestimenta tipo capote. O filtro deverá ser retirado lacrado e colocado em embalagem apropriada, sendo posteriormente enviado para o processo de descontaminação por autoclavação dentro da própria unidade. Em seguida, deve ser encaminhado ao sistema de incineração, devendo ter seu descarte apropriado. O método recomendado e mais seguro para realização deste procedimento é a utilização do filtro já envolto em saco plástico e isolado hermeticamente do meio ambiente, conhecido como bag-in bag-out”, finaliza Serigatti.

Veja também:

Recomendações para os diversos tipos de ambientes

 

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