Hoje, mais do que nunca, é imprescindível a capacitação em todos os níveis profissionais da indústria. Consultores, desenhistas, executivos de venda, supermercadistas, equipes de produção e montadores de equipamentos, técnicos de montagem, instaladores, prestadores de serviços e manutenção, assim como usuários finais, todos eles requerem mais e melhor capacitação para enfrentar os desafios do mercado.

Uma das tendências em matéria de sustentabilidade é reduzir as cargas e fugas de fluído refrigerante, e isto tem impulsionado uma grande variedade de arquiteturas em sistemas de refrigeração. Esta demanda deve ser entendida em profundidade para poder analisar comparativamente as vantagens e desvantagens de cada solução, efetividade e eficiência energética, custos de instalação, operação, manutenção e disposição final, ademais seu impacto ambiental, entre outros aspectos.

Refrigerantes alternativos

A complexidade aumenta quando a arquitetura do sistema se combina com as diferentes opções atuais de fluidos refrigerantes, tanto sintéticos como naturais. Os primeiros incluem substâncias como os hidrofluorocarboneto (HFC), que se aplicam de forma pura ou em misturas zeotrópicas e azeotrópicas. Estas últimas se comportam como elementos puros durante a evaporação e condensação, a temperatura e pressão constantes. Por outro lado, os componentes das misturas zeotrópicas se evaporam e condensam a diferentes temperaturas e na mesma pressão, fenômeno conhecido como deslizamento ou glide.
Com respeito às novas misturas, se apresentam as hidrofluorolefinas (HFO), que podem ser aplicadas de maneira pura nos sistemas que operam a baixas pressões.

Os refrigerantes naturais, por sua vez, estão presentes na indústria desde os primórdios da refrigeração, como no caso do CO2 e da amônia e, mais recentemente, se agregam também os hidrocarbonetos, principalmente o propano e o isobutano.
Algumas misturas zeotrópicas combinam componentes sintéticos com naturais em diferentes proporções. Diante da variedade de opções, mais de um tipo de refrigerante pode ser aplicado em diferentes circuitos frigoríficos de um mesmo sistema (cascata), ou em combinação com circuitos de fluidos intermediários que não trocam de estado, como o glicol (ciclo secundário). Na maioria dos casos, entretanto, o refrigerante carregado no sistema não é o mesmo que o utilizado em sistema de ar acondicionado.
A escolha depende de 4 aspectos principais: segurança (inflamabilidade, toxicidade, altas pressões), economia (custos do fluido refrigerante e implementação), rendimento e regulamentações ambientais existentes. A decisão que for tomada compromete algum destes fatores, pois não existem soluções que atendam 100% de todas estas premissas.

Integração digital e dispositivos eletrônicos

Outra tendência importante consiste em controlar as distintas combinações entre sistemas e fluidos refrigerantes mediante dispositivos eletrônicos que recebem sinais de entrada desde sensores e transdutores e os processam por meio de algoritmos de controle para gerar sinais de saída tanto analógicos como digitais. Os parâmetros de controle normalmente são temperatura e pressão, e cada vez mais se agregam outras medições como o fluxo de ar, água ou fluido intermediário; parâmetros elétricos, como o consumo em amperes e a voltagem, os quais podem combinar-se com outros algoritmos para medir e controlar o consumo energético, por exemplo. Ainda outros tipos de sensores permitem detectar a presença de gases com o propósito de detectar fugas. A capacitação técnica deve ser prática e efetiva, empregando instrumentos pedagógicos disponíveis em linha, vídeos, simuladores avançados, realidade virtual, entre outros.

O centro de treinamento da Emerson oferece avançados sistemas de realidade virtual

A interação dos dispositivos eletrônicos com o usuário pode ser local ou remota, em tempo real, com históricos ou registros visíveis através de sistemas de supervisão que permitam alertar, diagnosticar e proteger ativamente a integridade do sistema e, assim, assegurar a conservação e o nível de qualidade dos produtos frescos armazenados ou o conforto de um local com ar condicionado. Cada dispositivo cumpre sua função individual e também pode integrar-se ou comunicar-se com os demais, graças aos diversos protocolos de comunicação. A capacidade de integração tende a se expandir com a ajuda da Internet das Coisas (IoT) e englobar sistemas de refrigeração, de ar condicionados para conforto, ventilação, iluminação e outros serviços.
A geração e registro de dados provenientes de distintos componentes-chave podem transformar-se em informação valiosa, pois os processadores aplicam programas avançados, cujo propósito ajuda o usuário a tomar melhores decisões operacionais. A totalidade da informação permanece acessível e armazenada ilimitadamente em servidores interconectados através da nuvem.

O desafio da capacitação

As companhias inovadoras que desenvolvem e oferecem estas tecnologias, se veem na necessidade de capacitar o pessoal técnico próprio, de seus clientes e dos usuários finais nos fundamentos de diversas disciplinas técnicas, como termodinâmica, química, sistemas de controle, eletrônica e informática, entre outras. Entendemos que a capacitação deve ser prática e efetiva, empregando instrumentos pedagógicos disponíveis e combinados, como vídeos, simuladores, realidade virtual, entre outras ferramentas, para oferecer uma verdadeira experiência educativa. Esta é a função dos centros de aprendizagem. A Emerson conta com 2 deles, situados estrategicamente no Brasil e no México. Cada um é capaz de simular um amplo e variado número de diferentes aplicações de refrigeração e ar condicionado com propósitos educativos, oferecendo programas de treinamento adaptáveis a necessidades específicas de cada cliente, mercado e aplicação. Estes centros também estão destinados a entidades educativas, como universidades e escolas técnicas, com o propósito de desenvolver conhecimento em diversas áreas de nossa indústria. As portas estão abertas a organizações profissionais que desejam capacitar e certificar a seus afiliados em diferentes disciplinas, e também para entidades governamentais que busquem capacitar profissionais em boas práticas, orientadas a cumprir padrões e regulamentações ambientais e de eficiência energética, tanto atuais como futuras. Em resumo, cada centro de aprendizagem da Emerson oferece uma verdadeira experiência educativa; amplia nosso conhecimento e expande o pensamento, sendo uma fonte de ideias inovadoras, geradas em um ambiente de colaboração, para enfrentar os desafios tecnológicos presentes e futuros.

Carlos C. Obella, Vice-presidente de Serviços de Engenharia e Gestão de Produto na Emerson Commercial and Residential Solutions

 

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