Não basta ter sistemas bem concebidos e instalados, que utilizam fluidos refrigerantes com baixo potencial de agressão ao meio ambiente e energeticamente eficientes. É necessário controlar, não só as condições de conforto e qualidade do ar interno, como também a armazenagem dos produtos oferecidos. Nos dias atuais este controle ficou bem mais simplificado e preciso.

“O monitoramento e controle de câmaras frigoríficas, balcões e expositores, era feito através de controles locais e ações reativas. Com a tecnologia e automação disponível podemos “enxergar” tudo isso no celular, receber alarmes e intervir imediatamente. Ações imediatas evitam que alimentos sejam perdidos”, afirma João Henrique W. Fernandes, diretor comercial da Pennse Controles.

Rafael de Moura, da engenharia de aplicação da Mercato Automação, vai além: “Sabe-se que a utilização de temperaturas incorretas para o armazenamento de produtos perecíveis pode gerar prejuízos ao estabelecimento e, mais do que isso, danos à saúde dos consumidores. Sabendo disso, a utilização de sistemas de automação que sejam capazes de manter a temperatura desejada, levando em consideração o tipo de produto armazenado, e que ainda possibilitam o controle de umidade relativa do ar, evitando que os produtos percam peso, é indispensável. Além de controlar essas variáveis, a análise e armazenamento desses dados tem grande importância e demandam um sistema capaz de gerenciar centenas de balcões em sites distintos.”

Levando-se em conta que os sistemas de automação estão cada vez mais disponíveis, não há por que não utilizá-los, independente do porte do estabelecimento. Afinal, soluções wireless são cada vez mais corriqueiras e presentes no nosso dia a dia, e, desde que homologadas na ANATEL, são de fácil instalação, confiáveis e duradoras. Também os sensores modernos de temperatura e umidade em rede, por exemplo, são cada vez mais acessíveis.

“A automação no setor supermercadista era considerada ‘um luxo’. Quando instalada, era algo somente pensado e aplicado na cadeia de frio alimentar (balcões e câmaras frigorificas) com soluções locais e simples. Tratar os sistemas das lojas de conveniência, como ar-condicionado, iluminação, geradores e medidores de energia como algo isolado é um erro. Ter uma central de controle e monitoramento com uma automação/plataforma única e enxergando todas as plantas é o ideal. O custo é diluído e pode ser operado por pessoas com conhecimento e autonomia para tomar ações preventivas e preditivas”, esclarece Fernandes.

Particularmente no último ano, com o advento da covid-19, o controle e o monitoramento ganharam um grande impulso. “A adoção de lâmpadas de higienização (UV) e o monitoramento da qualidade do ar através de sensores VOC e CO2 para garantir uma ventilação eficaz é um legado que permanecerá nos projetos e retrofits”, acredita o diretor da Pennse.

“A tecnologia é algo que nos cerca e a evolução cada vez mais rápida nos pressiona a acompanhá-la. Seria insano os supermercados ignorarem este fato. Ainda existe uma certa resistência por parte dos supermercados em ‘gastar’ em algo que não é visível. Nosso grande desafio é fazê-los entender que estamos falando de investimento e não gasto. Antes o assunto limitava-se à economia de energia, ao funcionamento e o controle simples e local. Com a tecnologia hoje disponível podemos simplesmente ter tudo na palma de nossas mãos”, alerta Fernandes.

Para Moura, da Mercato, a própria realidade impõe ao supermercadista uma mudança de paradigma. “O mercado exige que as lojas sejam cada vez mais dinâmicas e que sigam evoluindo utilizando melhor seus recursos. As tecnologias de monitoramento sem fio de temperatura, umidade e consumo de energia, por exemplo, possibilitam que se meça cada vez mais, com uma visão do todo muito mais precisa. Essa visão macro só é possível graças à evolução de softwares de gerenciamento que são capazes de coletar os dados dos mais variados tipos de sensores com as mais variadas tecnologias de comunicação. Todos esses componentes trabalhando em conjunto, possibilitam que os operadores do sistema concentrem sua atenção para traçar estratégias cada vez mais eficientes e se preocupem menos com rotinas repetitivas.”

Da redação

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