André Dickert, engenheiro técnico da Armacell explica os materiais a serem utilizados em cada situação, assim como os erros a serem evitados para o bom desempenho dos sistemas

A+CR: Por que é importante o isolamento das tubulações frigorígenas?

André Dickert: Sempre que se trabalha com sistemas que atuam abaixo da temperatura ambiente, vai haver um fluxo de calor da temperatura mais alta para a mais baixa. Portanto, o isolamento térmico desses sistemas é de fundamental importância, pois tem como objetivo criar uma resistência a esse fluxo, reduzindo os ganhos de calor e, assim, assegurando o bom funcionamento da instalação. Além disso, o isolamento evita a sobrecarga dos demais componentes desses sistemas na manutenção da temperatura operacional dentro do valor preestabelecido e contribui para a eficiência e economia energética da instalação.

No entanto, deve-se levar em consideração não somente a redução nos ganhos de calor, mas também a condensação superficial e, principalmente, a condensação intersticial ou interna. Para prevenir o fenômeno da condensação superficial, a espessura do isolamento deve ser dimensionada de forma que se obtenha uma temperatura superficial externa do isolamento superior à de orvalho, o que vai depender, além da temperatura operacional, das condições de temperatura ambiente e da umidade relativa do ar onde se encontra a instalação.

Já a condensação interna ocorre devido à diferença das pressões parciais, entre o vapor de água contido no ar e no interior do isolamento, que provoca um fluxo de vapor para dentro do material isolante, por difusão, encharcando-o com o passar do tempo. Então, o material isolante tem que ter um alto fator de resistência à difusão do vapor de água (µ ≥ 1.300) ou ser recoberto, na face externa ou a de maior temperatura, com materiais e/ou elementos complementares, de espessura delgada e que possuam alta resistência à passagem de vapor, denominados barreira de vapor.

A+CR: O que deve ser observado na instalação do isolamento térmico com vistas à sua eficácia?

André Dickert: A eficiência de um isolamento térmico não está apenas em suas características técnicas ou na seleção da espessura adequada, mas também em sua correta aplicação, em conformidade com os procedimentos recomendados e na utilização de materiais complementares compatíveis com os materiais isolantes.

As linhas de interligação de fluido frigorífico e do cabeamento elétrico devem ser instaladas separadamente. Cada linha de fluido frigorífico com seu próprio isolamento, na bitola correta. A montagem e a fixação da tubulação não devem comprometer a espessura do isolamento, para evitar pontes térmicas e condensação superficial localizada.

Deve-se ter atenção especial com a estanqueidade do sistema de isolamento térmico contra perdas energéticas, penetração de umidade e difusão do vapor de água. Para isso, todas as juntas e penetrações devem ser coladas e seladas, ao longo de toda a sua espessura, bem como todas as extremidades da linha e das seções de tubos isolantes necessitam ser coladas à superfície da tubulação.

Os materiais de isolamento térmico devem ser resistentes à radiação ultravioleta (UV), com revestimento externo ou aditivo à sua formulação. De uma forma geral, em instalações de fluidos frios, o sistema de isolamento térmico precisa ser corretamente projetado e instalado, e requer conhecimento e uma boa análise de todas as suas características, exigências, limitações e condições de contorno às quais será submetido.  Na prática, isto requer cuidado especial com a sua estanqueidade, mantendo homogênea a espessura do isolante, evitando zonas comprimidas e de pouca ventilação que favorecem o acúmulo de umidade, para que assim o isolamento térmico possa assegurar o benefício da economia de energia, de forma efetiva ao longo do tempo de operação da instalação.

A+CR: Há diferença de especificação do material em relação ao tipo e potência do equipamento instalado, assim como das condições ambientais?

André Dickert: Para não haver comprometimento de suas características, os isolantes térmicos não devem ser aplicados em sistemas que operam fora da sua faixa de temperatura de utilização.

Em sistemas que operam abaixo da temperatura ambiente, é fundamental, além da temperatura operacional, o conhecimento das condições climáticas locais como temperatura ambiente e umidade relativa (UR) para determinar a Temperatura de Orvalho (To). Como ressaltado anteriormente, a To é o parâmetro de referência para calcular a espessura mínima de isolamento para evitar a ocorrência da condensação superficial.

No entanto, esses valores sofrem variações ao longo do dia e no decorrer das estações e dos anos. Portanto, não basta tomar como base registros pontuais, principalmente quando a instalação opera em regime contínuo.

Quando uma instalação está exposta às condições climáticas sobre as quais não há controle, principalmente em ambientes onde os altos índices de Umidade Relativa (UR) são frequentes e/ou ambientes propícios à formação de microclimas (ambientes internos, locais congestionados, confinados ou com pouca ou nenhuma ventilação como entreforros, shafts, subsolos e garagens), aliados a condições de contorno desfavoráveis, a umidade do ambiente pode se elevar ainda mais.

Muitos problemas relacionados a ambientes que apresentam microclimas não são possíveis de se prever e só são identificados posteriormente quando a instalação já está em operação. Nesses casos, a condensação superficial certamente ocorrerá, não somente na superfície de isolamentos de sistemas que operam com temperaturas abaixo da ambiente, mas em qualquer superfície, como paredes, janelas, mobiliário etc. A probabilidade que isso aconteça é maior nas horas da madrugada, quando a temperatura ambiente tende a cair e, consequentemente, a UR atinge valores mais elevados.

A+CR: Em rápidas palavras, descreva alguns produtos da Armacell que fazem a diferença numa instalação de split.

André Dickert: Os tubos em espuma de polietileno de baixa densidade expandido PoliPex® Inverter, são materiais que estão engajados no conceito de sustentabilidade, pois não agridem o meio ambiente, tanto na sua fabricação como na sua utilização e descarte, e têm as suas principais características físico-químicas controladas.

Os tubos PoliPex® Inverter podem ser utilizados em quaisquer instalações do tipo split. São materiais que, além de possuírem baixa condutividade térmica, têm estrutura celular fechada que proporciona uma efetiva barreira de vapor, incorporada ao longo de toda a sua espessura. Esta tecnologia confere um alto fator de resistência à difusão do vapor de água, dispensando dessa forma toda e qualquer cobertura adicional como barreira de vapor, além de minimizar a ocorrência da condensação interna de forma efetiva ao longo do tempo. O produto é revestido com proteção contra radiação UV, que permite sua instalação em ambientes externos sem necessidade de qualquer tipo de cobertura adicional.

 

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