A indústria alimentícia é um dos principais setores da economia nacional e atingiu R$ 789,2 bilhões em 2020, o que representa 10,5% do PIB nacional[1].

Com o crescimento da indústria alimentícia e a necessidade de atendimento às normas vigentes e certificações de controle de qualidade relacionadas, diversas tecnologias têm sido desenvolvidas e aplicadas para garantir que os requisitos de segurança sejam cumpridos desde a plantação e coleta dos alimentos in natura, armazenamento, processamento (produção) e logística, até a venda para o consumidor final. O setor de Ar Condicionado e Refrigeração (HVAC-R) é um importante player e aliado, com soluções para maior eficiência e segurança em todos os processos, agregando qualidade ao produto.

A SMACNA – Chapter Brasil apresenta as soluções mais adotadas em HVAC pela Indústria Alimentícia, com destaque para as etapas de processamento e produção de alimentos, quando são necessários maiores cuidados para garantir a qualidade e segurança das operações. Quando se pensa em produção e processamento de alimentos, é necessário um equilíbrio entre o uso mínimo de conservantes e a preservação adequada das propriedades, tais como: sabor, nutrientes, consistência e aparência.

Assim, buscando preservar as qualidades nutricionais dos alimentos produzidos, processados e envasados e o atendimento às normas e certificações vigentes em cada país, cada vez mais investe-se em infraestrutura que viabilize o maior controle de contaminação, inclusive pelo ar, dos processos de produção dos alimentos, evitando contaminações em qualquer etapa, ampliando a vida útil e o frescor dos produtos.

Mesmos os alimentos que podem ser pasteurizados, e com isso ter a carga microbiológica reduzida, têm sido processados em ambientes limpos e controlados.

Os equipamentos e processos de produção evoluíram, realizando os procedimentos de forma mecânica e evitando a manipulação humana. Para os ambientes de produção, manipulação e envase têm sido adotadas soluções como as aplicadas em “Salas Limpas”, evitando a entrada de microrganismos e particulados por frestas e aberturas da edificação. O controle de temperatura e umidade também é importante para que não se formem e multipliquem leveduras, fungos, vírus e bactérias.

O controle das condições dos ambientes classificados como limpos devem seguir uma série de requisitos mais rígidos, com controle da quantidade de particulados, do fluxo do ar, da temperatura e umidade.

São adotadas soluções de pressurização, como cascatas de pressão entre ambientes, que permitem o controle do fluxo de ar, para que ambientes que necessitam de maior esterilização não tenham o ar ambiente contaminado por partículas externas, ao mesmo tempo que possibilita a saída do ar interno em direção desejada, seguindo o fluxo de criticidade das operações.

O uso de filtros de alta eficiência, como filtros HEPA, também contribui para a segurança das operações, possibilitando a filtragem dos particulados, que muitas vezes são esporos formadores de fungos e leveduras.  Além do monitoramento constante da qualidade do ar interno e a adoção de sistemas de controle de temperatura e umidade relativa do ar.

A manutenção periódica e de qualidade dos Sistemas de Ar Condicionado também é fundamental

O rigor das soluções e tecnologias a serem adotadas são determinadas em função das criticidades necessárias para atender o produto e o meio produtivo, e devem ser customizados para cada caso. Conforme já destacado, esses investimentos trazem retornos significativos na qualidade dos produtos, com menos interferências químicas e conservantes, preservando o sabor, cor, consistências e demais características desejadas, ampliam os prazos de validade e inclusive podem significar redução de custos.

O Brasil tem dimensões continentais e os processos de logística até os pontos de venda podem levar vários dias, fazendo com que a cadeia de frio continue presente em vários tipos de alimentos.

No Brasil, a NBR ISO 14644 é o principal documento de referência para salas limpas, além de normativas e diretrizes da ANVISA, ASHRAE e SMACNA.

Cada vez mais as empresas do Setor de HVAC têm desenvolvido projetos e instalações para apoiar a indústria alimentícia no seu desenvolvimento, contribuindo para a qualidade e eficiência da operação e para termos, ao final, produtos alimentícios de maior qualidade.

Autores: Comitê de artigos Smacna Brasil.

[1] Fonte: Associação Brasileira de Embalagens (ABRE) e Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA)

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