Eduardo Macedo Ferraz e Souza

Tendo como principal diferencial o método pedagógico, aprender fazendo, o Senai busca atender as demandas da indústria, norteando-se pelo princípio da empregabilidade

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) foi criado em 22 de janeiro de 1942. Seu idealizador foi o engenheiro, industrial e político Roberto Simonsen, falecido em 25 de maio de 1948. O esforço de Simonsen para a criação da instituição foi impulsionado pelo forte processo de industrialização na década de 1940. A II Grande Guerra (1939-1945) dificultava a importação de uma série de produtos, dando impulso à produção local.

Em setembro de 1952 a escola passava a adotar o nome de Oscar Rodrigues Alves, médico, fazendeiro, empresário e político que, de 1942 a 1947, ocupou o cargo de presidente do Conselho Regional do Senai. Rodrigues Alves morreu em 8 de agosto de 1951.

No início da década de 1970 eram fornecidos treinamentos em refrigeração residencial. A especialização em refrigeração e ar-condicionado só chegou na última década do século passado. Seguindo as diretrizes de atender as necessidades da indústria, foram estabelecidas parcerias com a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), o Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento do Ar no Estado de São Paulo (Sindratar-SP), o Instituto Brasileiro do Frio (IBF) e a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Colocava-se como objetivo central a formação de profissionais que dominassem as técnicas de projeto, construção, instalação e manutenção.

De lá para cá, a Escola conheceu mudanças significativas. “Houve vários avanços, tanto na área pedagógica, educacional, como no campo tecnológico. Mas, sem dúvida, o grande destaque, nos último 30 anos que impactou significativamente para a formação de profissionais da área do AVAC-R, foi a implantação do Conselho Consultivo para as áreas de Refrigeração e Climatização da Escola Senai Oscar Rodrigues Alves”, diz Eduardo Macedo Ferraz e Souza, Diretor de Unidade de Formação Profissional da Escola e que ocupa o mesmo cargo no Senai Cambuci, unidade dedicada à eletroeletrônica, eletrônica, meio ambiente e química.

O Conselho foi constituído objetivando manter a contínua cooperação entre a instituição e representantes de empresas do AVAC-R para a solução de problemas relativos à formação de profissionais, atendendo a necessidade das indústrias do setor. Importante assinalar que desde o início da dedicação exclusiva às disciplinas de RAC a Escola já formou cerca de 200 mil profissionais.

“O papel desempenhado pelo Conselho está nas suas atribuições, que se relacionam a colaborar com o Senai-SP para identificar e analisar necessidades de formação profissional e sugerir medidas ao seu equacionamento e solução, desde propostas de alterações na reformulação dos cursos e currículos, adequando-os às exigências do mercado de trabalho e às inovações introduzidas nos processos produtivos, até a orientação acerca de leiautes de oficina e laboratórios”, continua Macedo. Ao longo dos últimos 20 anos mais de 70 empresas e entidades, e cerca de 125 profissionais, participaram das ações do Conselho.

Procurando atender as expectativas de mercado o Senai-SP revê sistematicamente o conteúdo, os cursos e os serviços oferecidos e investe periodicamente em novos recursos didáticos, laboratórios, oficinas, equipamentos, peças e ferramentas da Escola. Por outro lado, mantém parcerias com as principais empresas da área da refrigeração e climatização, firmadas por meio de convênios e comodatos e realiza reuniões periódicas com os representantes das empresas para avaliação das atividades previstas e prospecção de ações futuras. Busca, também, estar presente nos principais eventos do setor, mantendo contatos com entidades representativas do ramo do frio para estabelecer novas parcerias. Dessa forma, a Escola Senai desenvolve cursos e treinamentos alinhados as demandas do mercado de trabalho”, explica Macedo.

Cursos e treinamentos

O diferencial do Senai é método de ensino, com foco no aprender fazendo. Dessa forma, cumpre com o objetivo de justificar o investimento na capacitação profissional, propiciando a manutenção no mercado de trabalho. Isso é o que faz com que os cursos tenham tanta procura, como indica o quadro ilustrativo sobre a relação de procura e oferta de vagas. Por outro lado, a instituição desenvolve seus cursos e treinamentos alinhada às demandas do mercado de trabalho, obedecendo ao princípio da empregabilidade. Nesse sentido promove pesquisas para acompanhamento dos seus alunos egressos em âmbito nacional.

O Diretor da Escola Senai Oscar Rodrigues Alves, diz que muitos profissionais graduados observam a necessidade de especializar-se e, dessa forma, buscam uma pós-graduação. “O mercado de trabalho está cada dia mais criterioso em relação ao perfil e às competências adquiridas por esses gestores. Atendendo à essa demanda por desenvolvimento tecnológico, a Escola Senai Oscar Rodrigues Alves oferta pós-graduação na área do AVAC-R em parceria com faculdades Senai.”

A Escola oferece diversos títulos de cursos na área de refrigeração e climatização, em diversos níveis: Aprendizagem Industrial Mecânico de Refrigeração e Climatização, Curso Técnico de Refrigeração e Climatização, cursos de formação inicial e continuada (curta duração) e até pós-graduação. Ela cumpre, ademais, o papel de centro de referência na formação profissional em refrigeração e climatização, particularmente para o estado de São Paulo, mas, também, para todo o país. O gráfico 2 apresenta o resultado obtido pela pesquisa no ano de 2021.

“Observa-se que o maior índice de ocupação foi a área de refrigeração e climatização, com 90,8%, demonstrando a alta inserção no mercado dos profissionais da área e o resultado das ações da Educação Profissional ofertada pelo Senai em âmbito nacional. A oferta dos cursos do Senai-SP acompanha a demanda do setor e está diretamente vinculada ao perfil das empresas, que adotam cada vez mais estratégias visando à competitividade, a eficiência energética e a automação. Observamos o princípio da empregabilidade, ou seja, o curso deve propiciar a oportunidade imediata de emprego ou de requalificação para ingresso no mercado de trabalho”, justifica Macedo.

A Escola oferece, também, a opção semipresencial, em que o curso é desenvolvido na modalidade à distância, em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), com 20% de sua carga horária realizada presencialmente, representando 4 horas semanais, cumpridas em um dia por semana. Durante o curso o aluno é acompanhado por tutoria especializada e capacitada pedagogicamente para mediar situações de aprendizagem à distância. As atividades presenciais mantêm uma estreita associação entre os conteúdos desenvolvidos por meios das estratégias típicas da modalidade à distância e a prática a ser realizada em laboratórios e nas oficinas da Escola”, conclui Eduardo Macedo Ferraz e Souza.

A relação completa, com as respectivas cargas horárias dos cursos, pode ser obtida em: http://refrigeracao.sp.senai.br)

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