O crescimento do VRF tem sido exponencial, pelo menos, nos últimos 15 anos, mas os desafios têm crescido na mesma medida
Os sistemas VRF (Variable Refrigerant Flow – Fluxo de Refrigerante Variável, na tradução) têm alcançado uma grande expansão nas duas últimas décadas em todo o mundo. Estima-se que o seu crescimento anual tenha alcançado taxas de crescimento médio composto (CAGR) na faixa de 10% a 15% nos últimos anos.
A Ásia foi a regiãoque experimentou a expansão mais pronunciada do VRF, especialmente China, Japão e Índia, que lideram a adoção desses sistemas devido ao rápido desenvolvimento urbano e à demanda por soluções de climatização eficientes.Europa e América do Norte também têm visto um aumento significativo, impulsionado por regulamentações mais rigorosas em relação à eficiência energética e à redução de emissões de carbono.
No Brasil, a adoção de sistemas VRF começou de forma mais lenta em comparação com outras regiões, como Ásia e Europa, mas ganhou impulso significativo na última década. Esse crescimento foi impulsionado pela expansão do setor de construção civil, especialmente em edifícios comerciais, hotéis e empreendimentos residenciais de alto padrão.Até mesmo em hospitais é possível evidenciar a utilização desses sistemas.
Na América Latina, países como México, Chile, Colômbia e Argentina também têm mostrado um interesse crescente em sistemas VRF, especialmente em projetos comerciais e de alto padrão.O clima diversificado da região, que varia de tropical a temperado, facilita a adoção dos sistemas VRF, devido à sua capacidade de fornecer aquecimento e resfriamento de forma eficiente.
A previsão do mercado é de que o VRF continue com uma expansão de 8% a 12% na América Latina nos próximos anos. A princípio, esse crescimento tende a ser liderado pelo mercado brasileiro, seguido por México e Chile.
Comparado a sistemas tradicionais, o VRF mostra certa superioridade em termos de eficiência energética e maior conforto térmico. O que é possibilitado pelo controle individualizado de zonas, que reduz o desperdício de energia.
Atualmente, a maioria dos grandes fabricantes de sistemas de climatização possuem suas versões da tecnologia. E há um consenso de que avanços tecnológicosnos compressores inverter e controles inteligentes,alémda integração aos sistemas de automação predial,tendem a tornar os sistemas VRF mais atraentes.A integração com IoT (Internet das Coisas) e sistemas de gerenciamento de energia são um argumento a mais para a sua adoção em escala mais ampla.
No entanto, alguns desafios estão colocados para a expansão da tecnologia. O primeiro é o custo inicial mais elevado, em comparação aos sistemas de expansão direta mais simples. Mas o principal, talvez, seja a necessidade de desenvolver uma mão de obra especializada para sua instalação e manutenção. Vale lembrar que os sistemas VRF colocam uma quantidade enorme de fluido refrigerante circulando nos ambientes, o que traz riscos ambientais e para a saúde dos ocupantes. Algo com o qual os fabricantes têm se preocupado, oferecendo treinamento e capacitação de mão de obra.
Neste sentido, a revista Abrava+Climatização& Refrigeração consultou os principais fabricantes estabelecidos no país sobre as soluções e procedimentos que podem otimizar as instalações de VRF. Responderam Gerson Robaina, Diretor de Produto e Engenharia R&LC Latam, pela JCI-Hitachi, e Rafael Rebelo, engenheiro de aplicações VRF da Trane, cujos depoimentos reproduzimos na íntegra na sequência.
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Para o bom funcionamento do sistema VRF é necessário contratar empresas especializadas