A quarta carta da Presidência da COP30, publicada em 19/06, chega como um chamado poderoso à mobilização coletiva diante da crise climática. André Aranha Corrêa do Lago, presidente designado da Conferência, convida governos, empresas, comunidades e cidadãos a unirem esforços em um verdadeiro mutirão global pela implementação do Acordo de Paris. Este será o jargão que você ouvirá até a COP30: Mutirão.
A inspiração vem da tragédia: as enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024, mostraram como a solidariedade e a ação coletiva podem transformar devastação em reconstrução. Essa experiência serve como metáfora para o que o mundo precisa agora: unidade, urgência e cooperação.
A Agenda de Ação da COP30 propõe um novo salto. Mais do que discussões, é tempo de execução. Com base no Primeiro Balanço Global (GST), a presidência propõe transformar esse instrumento em uma “NDC Global” — uma bússola coletiva para metas de mitigação, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação.
Organizada em seis eixos temáticos, a agenda se apresenta como um celeiro de soluções: da transição energética à proteção de florestas e oceanos; da transformação dos sistemas alimentares à resiliência urbana; do desenvolvimento social à aceleração via finanças, inovação e tecnologia. São 30 objetivos-chave com alto potencial de impacto sistêmico e escalável, que você pode explorar em https://cop30.br.
Mais do que propostas, é uma convocação. A COP30 quer catalisar uma nova dinâmica na governança climática: mais simples, mais inclusiva, mais eficaz. Uma agenda construída com todos — e para todos.
O que a comunidade que acompanha esta agenda espera – e que está agora reunida em Bonn para avançar na pauta que será tratada na COP30, em Belém do Pará – é que a COP30realmente sejamais um marco, como foi a ECO92 e Rio+20, quando a ação coletiva será nossa principal tecnologia climática ajustada à realidade e urgência. Onde o multilateralismo se una à ciência, à justiça e à esperança.
Como conclui a carta da presidência, o futuro será decidido agora e ninguém será deixado para trás.

Thiago Pietrobon é vice-presidente do Departamento Nacional de Meio Ambiente da Abrava (DNMA) e esteve acompanhando, pela Associação, as negociações na COP 29, além de participar ativamente das negociações sobre a agenda climática