Com a pandemia as pessoas entenderam o grave risco que existe em um ambiente com umidade baixa ou elevada. Manter a umidade na faixa de 40% a 65 % é muito importante para a saúde e bem-estar das pessoas em seus ambientes de trabalho. Para se ter uma ideia, a Dra. Stephanie Taylor, membra do Ashrae Environmental Health Committee, da Ashrae Epidemic Task Force e da Harvard Medical School’s, fez uma petição à Organização Mundial da Saúde por uma política de 40%-60% de umidade relativa, tamanha é a preocupação com o controle de umidade relativa em espaços condicionados.

A falta de controle com a umidade relativa e problemas de infiltração em paredes e telhados podem produzir o crescimento de mofo. A exposição a muitos esporos de mofo pode causar sintomas alérgicos, como olhos lacrimejantes, coriza, espirros, coceira, tosse, chiado no peito, dificuldade para respirar, dor de cabeça e fadiga. A exposição repetida ao mofo pode aumentar a sensibilidade de uma pessoa, causando reações alérgicas mais graves.

Esses problemas são piores em ambientes fechados, onde o mofo causa problemas de qualidade do ar interno. Certos fungos, como Stachybotrys e Aspergillus, podem produzir toxinas chamadas micotoxinas sob certas condições. A exposição a micotoxinas pode causar doenças mais graves. O mofo pode desencadear episódios de asma em indivíduos asmáticos sensíveis e o risco aumenta ainda mais quando falarmos de pessoas com baixa imunidade.

Não existe uma maneira única para evitar a criação e proliferação de mofo, contudo, algumas práticas são adequadas para a grande maioria das edificações e residências:

-Controle da umidade relativa abaixo de 50%

-Corrigir imediatamente vazamentos em paredes e telhados

– Em locais com maior presença de umidade (banheiros, cozinhas etc.) manter constante ventilação e inspeções periódicas para identificar e eliminar/limpar imediatamente o possível foco de aparecimento.

-Evitar o uso de carpetes em locais com presença mais frequente de umidade, como bebedouros, pias ou em pisos de concreto com vazamentos ou condensação frequente.

Existem tecnologias ativas com capacidade muito grande na contenção da criação de mofo e podem ser aplicadas de forma contínua com a presença de pessoas e ou de forma pontual para sanar ou corrigir um problema mais grave como, por exemplo, após uma enchente.

Em regiões litorâneas a criação de mofo em ambientes internos é muito comum e, além do controle de umidade, o uso de tecnologias ativas para inativação desses patógenos é fundamental.

Nem todos os ambientes condicionados possuem controle de umidade. Com a pandemia aprendemos a gravidade da falta deste controle para o aumento do risco nos ambientes internos. Dito isto, acho que a primeira ação é a implementação de sistema de monitoramento e controle da umidade relativa. A nova geração de prédios com certificações de saúde e bem-estar contemplam essa necessidade, além da monitoração e controles de outras variáveis.

Indico as seguintes fontes para um aprofundamento:

https://abrava.com.br/21546-2/

https://www.ashrae.org/file%20library/technical%20resources/bookstore/dampbldgs-         humanhealth-hvacdesign.pdf

https://www.epa.gov/mold/mold-remediation-schools-and-commercial-buildings-guide

https://www.epa.gov/mold

 

Manoel Gameiro é engenheiro mecânico e Diretor Comercial da Ecoquest

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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