No último dia 7 de novembro aconteceu a III ExpoQualindoor, promovido pelo Departamento Nacional de Qualidade do Ar da Abrava. O palco escolhido para essa versão do evento foi o CEO Officce, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Cerca de 100 profissionais, distribuídos ente gestores da área de saúde, administradores de empresas, projetistas e profissionais das áreas de instalação, manutenção e operação de sistemas de ar condicionado, além de gerentes e supervisores de sistemas de facilities, entre outros, estiveram trocando suas experiências com profissionais dos órgãos fiscalizatórios.

A Lei 13.589, sancionada pela presidência da república no início do ano, esteve no centro das atenções. Por isso, o engenheiro Leonardo Cozac, proeminente articulador do DN, abriu o evento discorrendo sobre a lei, suas interpretações e capacidade de alterar o quadro atual do setor, no que toca à qualidade do ar em ambientes internos.

Falando pela Vigilância Sanitária, o também engenheiro João Luis Telles Oliveira, explicou quais as intenções e práticas do órgão na ação fiscalizatória. Até mesmo pelos exíguos recursos, a equipe comandada por Oliveira reage quando provocada. E os principais problemas encontrados são, em geral, a insuficiente renovação do ar nos ambientes, a falta do PMOC, e a falta de limpeza de componentes. O órgão raramente lavra multa na primeira visita, haja vista que, em 2017, realizou 425 inspeções, com 222 intimações e 163 autuações. Em 2018, as inspeções foram, até outubro, 386, com 167 intimações e 95 autuações.

João Tiziani e Pedro Guaraldi são especialistas em conjugar eficiência energética com a garantia da qualidade do ar. Pertencentes aos quadros da Chuff & Associados/Yield Control, eles identificam no empreendedor a maioria dos problemas. “Nem sempre o empreendedor contrata pessoal qualificado ou compra da melhor maneira, deixando de fora itens importantes”, afirma Tiziani.

Discorrendo sobre a qualidade do ar em ambientes climatizados, a diretora da GHS e ativa participante do Qualindoor, Christiane Rodrigues, é assertiva em suas conclusões: “Não precisa de lei para entendermos a necessidade de manter a qualidade dos ambientes climatizados”. Sua apresentação apontou problemas corriqueiros que ganham impacto enorme nos ambientes climatizados, relacionando-os às normas e recomendações vigentes.

Já Flávio Valle do Nascimento, gerente de vendas região norte-nordeste da Trox, coube explicar a função da filtragem, os diversos tipos de filtros de ar e a nova classificação dada pela Norma em fase de aprovação. “Contaminantes pegam ‘carona’ em partículas sólidas ou líquidas, então, temos que deter sua condução pelo ar”, conclui o veterano técnico.

Novas tecnologias têm-se desenhado, particularmente aquelas que tratam das superfícies nos ambientes. “É importante pensar nas superfícies quando se fala em QAI, afinal, 95% dos jalecos de médicos têm contaminação”, afirma Henrique Cury, diretor da Ecoquest e outro ativista pela qualidade dos ambientes internos.

Cury apresentou algumas das tecnologias ativas presentes no mercado brasileiro, como a ionização do ar, para limpeza de poeiras e odores provenientes da construção. O equipamento joga ions negativos que colidem com os ions positivos, neutralizando-os. O processo impede a migração de resíduos e poeiras de um andar a outro.

Também a foto catálise, aconselhada para ambientes fechados, diminui a captação do ar externo. Colocado dentro do duto, o processo atua sobre organismos microbiológicos e gases, através do peróxido de hidrogênio.

Edison Tito, diretor da Datum, foi o responsável por relacionar a qualidade do ar interior com o consumo de energia. Mostrando que a produção de energia responde por 48% da poluição ambiental, sendo a energia elétrica responsável pela metade disso, Tito conclui que “não existe produção de energia elétrica sem impacto ambiental. Os fósseis são a pior forma, mas as outras também poluem ar e água.”

O tratamento de água para sistema de AVAC-R esteve no centro da preocupação da palestra de Charles Domingues, outro membro do Qualindoor Abrava. Domingues deixou claro que, nos dias atuais, não há como falar em tratamento de água e sim em sistema de tratamento, uma vez que a água utilizada nos processos provém de variadas fontes.

Luciano Lamoglia Lopes, da Honeywell Sensing & IoT, apresentou uma geração de sensores para o monitoramento do ar interior. As alternativas apresentadas são tanto para grandes instalações, quanto para ambientes residenciais, favorecendo a economia de energia ao exercitar a renovação por demanda.

As duas últimas palestras do evento procuraram mostrar as tecnologias e equipamentos existentes para o tratamento do ar de renovação. Pela Trane, Gustavo Baptista explorou as unidades de tratamento de ar, entre outros recursos. Já André Zaghetto, falando pelo Qualindoor, mostrou as tecnologias de exaustão e ventilação para a renovação do ar oferecidas no mercado e, particularmente, pela Sicflux.

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