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O Brasil tem um longo histórico de participação na agenda climática e o setor AVAC-R pode contribuir muito para o avanço da questãoem novembro próximo

As mudanças climáticas já nos impõem desafios que estariam piores se não tivéssemos os acordos firmados nas conferências do clima, pois, sem elas, a temperatura média do planeta, que hoje está em 1,5ºC acima da média do período pré-industrial, estaria mais próximo dos 4ºC.

Mas você sabia que o Brasil tem desempenhado papel significativo nesta agenda desde seu início? Foi na Eco-92, também conhecida como Rio-92 ou Cúpula da Terra, que o mundo decidiu pela criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), que reconheceu a necessidade de cooperação global para enfrentar as mudanças climáticas. E se manteve ativo nas conferências que ficaram conhecidas como Rio+10 e Rio+20.

Na COP 3 (1997), realizada em Kyoto, Japão, o Brasil foi um dos primeiros países em desenvolvimento a apoiar o Protocolo de Kyoto, que definiu metas obrigatórias de redução de emissões de gases de efeito estufa para os países desenvolvidos e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permitiu a implementação de projetos de redução de emissões em países em desenvolvimento, criando o mercado de carbono. E na COP 21 (2015), realizada em Paris, o Brasil também assinou o Acordo de Paris, que veio a substituir o Protocolo de Kyoto, na manutenção de metas e do mercado de carbono.

Mas nem tudo são flores nesta história. Na COP 25, realizada em Madrid, o Brasil enfrentou críticas por sua postura em relação ao desmatamento na Amazônia. Na COP 26, em Glasgow, novamente foi criticado pelo impedimento de participação da sociedade na conferência, além de ter sido acusado de mudar a metodologia de cálculo de suas emissões e metas.

Agora estamos a véspera de mais uma COP, novamente como anfitriões. A COP30 acontecerá em novembro, em Belém, e manterá a pauta ambiental ativa ao longo do ano todo. Vamos para a COP com a atualização das metas nacionais (chamadas Contribuição Nacionalmente Determinada ou NDC), com o compromisso de neutralidade de carbono até 2050. O setor AVAC-R está inserido neste contexto tendo, inclusive, compromissos específicos como o Global CoolingPledge e o Global MethanePledge and Other Super Pollutants.

Além dos desafios de infraestrutura, que avançam muito bem, precisamos, ainda, encontrar solução para hospedagem de 50 mil pessoas, o cenário político mundial será também desafiador aos negociadores dos países que precisam chegar ao consenso absoluto sobre temas, por vezes, inconciliáveis. Mas, nas palavras de Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC, em uma palestra no Instituto Rio Branco, em Brasília, no início de fevereiro, falando para os diplomatas brasileiros: “Quando 2 trilhões de dólares fluem para energia limpa e infraestrutura de baixo carbono em apenas um ano, como aconteceu no ano passado, você pode ter certeza de que não é sinal de sorte.”

No próximo artigo, vamos entender mais a fundo quais são os compromissos do setor AVAC-R com a agenda do clima, cuja participação é tão essencial na mitigação dos impactos, quanto na adaptação às mudanças já impostas.

Thiago Pietrobon é presidente do Departamento Nacional de Meio Ambiente da Abrava (DNMA) e esteve acompanhando, pela Associação, as negociações na COP29, além de participar ativamente das negociações sobre a agenda climática

 

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