Foto: Agência Brasília/Gabriel Jabur

O Projeto de Instrumentos Financeiros para Cidades com Eficiência Energética do Brasil (FinBRAZEEC), que une o Banco Mundial e a Caixa, tem o objetivo de alavancar capital do setor privado para investimentos nas áreas de indústria e iluminação pública urbana nos próximos 15 anos. Por meio da iniciativa, centros urbanos brasileiros poderão criar subprojetos para substituir completamente as atuais lâmpadas de vapor de sódio por LED. Já as indústrias poderão modernizar sistemas de bombeamento, motores, fornos e outros tipos de equipamentos. O novo projeto prevê um empréstimo de 200 milhões de dólares do Banco Mundial, combinado com 195 milhões de dólares do Fundo Verde para o Clima (GCF) e 20 milhões de dólares do Fundo de Tecnologia Limpa (CTF). Combinando inovações financeiras e tecnológicas, pode representar um passo importante na formação de um setor energético mais eficiente e sustentável.

A Caixa, por sua vez, receberá o empréstimo, comandará a formação de um consórcio de credores comerciais e criará um mecanismo para proporcionar garantias parciais de crédito. As garantias servirão para diminuir o risco relativo aos projetos de iluminação urbana e eficiência energética industrial. Ao todo, espera-se que o FinBRAZEEC mobilize mais de 1 bilhão de dólares para projetos de eficiência energética urbana. Com isso, o projeto será um exemplo de como os recursos do setor público no Brasil, particularmente os dos três maiores bancos estatais, podem ser usados ​​para alavancar o capital do setor privado para investimentos em infraestrutura. O FinBRAZEEC também contemplará assistência técnica na área de preparação de projetos. A atividade será feita com apoio do GCF, do Fundo Global de Infraestrutura e do Programa de Assistência para o Gerenciamento do Setor de Energia (ESMAP), do Banco Mundial.

“Esse modelo de financiamento inovador nos ajudará a desbloquear o potencial de investimento nos setores de iluminação pública e eficiência energética industrial, que já haviam sido identificados como particularmente promissores para soluções baseadas no mercado. Mas esperamos que o exemplo incentive abordagens semelhantes também em outras áreas”, disse o diretor do Banco Mundial no Brasil, Martin Raiser.

De fato, mobilizar investimentos do setor privado será importante não só para a infraestrutura do Brasil, mas para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas para 2030. A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) estima que, só nos países em desenvolvimento, seriam necessários investimentos anuais entre 3,3 trilhões de dólares e 4,5 trilhões de dólares. Faltam em torno de 2,5 trilhões de dólares ao ano para suprir essa necessidade.

Com o FinBRAZEEC, o Brasil poderá deixar de emitir 12,5 milhões de toneladas de CO2 equivalente durante a vida do projeto. O projeto também busca ajudar o país a cumprir uma de suas metas determinadas no Acordo de Paris contra as mudanças climáticas: melhorar a eficiência do setor elétrico em 10% até 2030.

Ao combinar inovações financeiras e climáticas, o projeto pode servir de modelo para investimentos tanto em energia limpa quanto em outros setores, no Brasil e em todo o mundo em desenvolvimento, onde as necessidades de infraestrutura são muitas, e os recursos públicos, limitados. Além disso, contribuir para um futuro com cidades mais sustentáveis, nas quais iluminação pública e indústria cumprem suas funções sociais e econômicas sem danificar os recursos naturais.

Fonte: ONUBR

 

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