Com o avanço dos estudos científicos sobre as questões climáticas relacionadas ao aquecimento global e efeito estufa, o mercado de ar-condicionado, especialmente os fluidos refrigerantes, vem sendo transformado para atender as normas e diretrizes vigentes. Dois importantes marcos são o Protocolo de Kioto (1997), tratado internacional para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, e a Emenda de Kigali (2016), que visa reduzir a emissão de hidroclorofluorcarbonos (HFCs).

De forma breve, o histórico dos fluidos refrigerantes desenvolvidos para este fim data de meados de 1930, com o desenvolvimento de fluidos do tipo CFCs, seguidos pelos fluidos do tipo HCFCs , HFCs  e os mais modernos, os chamados HFOs ou não halogenados. Os CFCs e HCFCs eram fluidos compostos com cloro e com Potencial de Destruição da Camada de Ozônio (ODP). Por outro lado, os HFCs, apesar de zero ODP, dispõem de alto Potencial de Aquecimento Global (GWP). Os HFOs visam baixo GWP e zero ODP.

Destaca-se que os hidrocarbonetos (HCs) utilizados como fluidos, como o propano (R‑290) e o isobutano (R-600a) podem apresentar bons resultados quanto ao aquecimento global ou ao efeito estufa, ou ainda a  amônia (R-717) que alcança excelentes índices de eficiência energética, ainda possuem aplicação reduzida ou limitada em função dos riscos associados por serem inflamáveis e/ou tóxicos, o que implica em maiores custos de projeto, instalação e manutenção.

No Brasil o fluido mais utilizado ainda é o R-22, que é do tipo HCFC, mas está em rápida redução de consumo. Assim, o desenvolvimento de novos fluidos refrigerantes e a substituição dos antigos fluidos em sistemas existentes impõem importantes desafios para o setor de AVAC‑R, especialmente relacionados aos seguintes fatores:

  • Regulações internacionais exigem redução do GWP;
  • Necessidade de preservar a eficiência energética e performance dos sistemas;
  • Segurança da manipulação e operação dos sistemas, com destaque para a inflamabilidade e toxicidade;
  • Propriedades dos fluidos refrigerantes;
  • Custos de instalação e mão de obra especializada de manutenção;
  • Compatibilidade com os sistemas já existentes.

O futuro dos fluidos ainda tem muito a caminhar e novas soluções são desenvolvidas a cada dia buscando maior universalidade de uso, mantendo bons índices de eficiência energética e segurança de operação.

Por último, é importante lembrar que os efeitos dos fluídos refrigerantes no ODP e GWP são representativos, mas deve-se considerar a cadeia como um todo, buscando maior sustentabilidade em todas as etapas, com instalações mais eficientes, preservando a confiabilidade das operações. As empresas Smacna estão sempre disponíveis para contribuir com as transformações relacionadas, com a capacitação de profissionais e com empresas associadas prontas para atender ao mercado com a qualificação adequada.

Comitê de artigos técnicos Smacna Brasil

Tags:,

[fbcomments]