Da mesma maneira, qual o alcance e as limitações para o desenvolvimento de sistemas de automação baseados em IA em ambientes residenciais?

O linguista e filósofo Noam Chomsky escreveu, conjuntamente com Ian Roberts e Jeffrey Watumull, um artigo publicado no New York Times analisando a inteligência artificial. Para os autores, os avanços “supostamente revolucionários” alardeados pelos desenvolvedores da IA, são tanto motivo de otimismo, quanto de extrema preocupação. No primeiro caso, por oferecerem rápida resolução de muitos problemas.No segundo, particularmente no que diz respeito ao aprendizado automático, pela capacidade de degradar a ciência e rebaixar a ética, ao incorporar à tecnologia uma concepção errônea da linguagem e do conhecimento. Naquilo que nos interessa – a simplificação de rotinas automatizadas -, sem dúvidas a IA se constitui em grande avanço.

“Falando especificamente de sistemas de automação para ambientes residenciais, podemos citar contribuições significativas em diversos aspectos,comopara a eficiência energética. A integração da IA permite o monitoramento e gerenciamento dos perfis de consumo dos dispositivos, otimizando seus gastos e diminuindo seus custos.Esta gestão integrada também proporciona a possibilidade de automatização dos controles da residência como iluminação, aberturas de portas e janelas, chuveiro, ar-condicionado, além de dispositivos eletrônicos e eletrodomésticos”, diz Vinicius Silva, engenheiro de aplicação da Copeland do Brasil.

Ou, como afirma Fernando Lemos, gerente de desenvolvimento de negócios da Coel: “Um sistema de automação residencial baseado em IA oferece uma variedade de benefícios, desde a personalização do ambiente até a otimização de recursos e segurança aprimorada. Essas tecnologias contribuem para a criação de residências mais inteligentes e eficientes.”

Também os estabelecimentos de pequeno porte podem ser fortemente beneficiados por sistemas de automação baseados na IA. “Além de todas as contribuições já explicadas para as residências, um sistema de automação baseado em inteligência artificial aplicados em estabelecimentos comerciais de pequeno porte pode também trazer reduções dos custos operacionais, tanto na realização de tarefas de forma mais eficiente – gerenciando compras, reposição de estoque, previsão de demandas e controle depagamentos – evitando desperdícios,como também na substituição de atividades mais simples e padronizadas realizadas por recursos humanos. Podemos citar ainda a possibilidade da utilização da IA para melhorar o atendimento geral ao cliente, proporcionando uma experiência personalizada, rápida e eficaz, diminuindo tempos desnecessários. Além disso, conforme mencionado anteriormente, a capacidade de adaptação e aprendizado da IA com relação aos padrões individuais e comportamento dos clientes pode gerar grande satisfação e fidelização dos mesmos.A integração dos sistemas e análises de dados podem ser úteis para gestão dedados estratégicos com relação a mercado, concorrência, comportamento do consumidor, e tendências para campanhas publicitárias, ajudando nas tomadas de decisões gerenciais” continua Silva, da Copeland.

“A aplicação da IA em estabelecimentos comerciais de pequeno porte pode ser escalonada de acordo com as necessidades e recursos disponíveis, proporcionando vantagens em termos de eficiência operacional, satisfação do cliente e competitividade no mercado”, completa Lemos.

Mas seria viável o investimento em sistemas deste tipo em estabelecimentos de pequeno porte? Ou estariam eles apenas destinados a grandes negócios? Pode-se estabelecer o mesmo raciocínio no caso de residências?

Mais uma vez é o engenheiro de aplicação da Copeland quem comenta. “Ao analisar todos os fatores expostos, como reduções de custos energéticos, operacionais e perdas nos processos, pode-se ter um payback a curto, médio e longo prazo, aliados ao aumento da satisfação e da experiência de compra do cliente.Para residências também é viável. O investimento de sistemas de automação residenciais também terá um payback a curto, médio e longo prazo, que pode ser facilmente mensurado, e está aliado ao aumento da autonomia, conforto e qualidade de vida do usuário.”

“A viabilidade de investir em um sistema de automação para estabelecimentos comerciais de pequeno porte depende de vários fatores, incluindo o tipo de negócio, o orçamento disponível, as necessidades específicas e os benefícios esperados.De mesma forma quando se trata de residências.Neste caso a solução pode ser inserida de forma escalonada, adicionando funcionalidades em etapas”, pondera Lemos.

Dentre as funções que mais seriam beneficiadas pela IA em um ambiente residencial, está, segundo Silva, no uso de assistentes virtuais, “funcionalidade cada vez mais popularizada”. Para ele, as funcionalidades mais imediatas em ambientes residenciais são:

– Gestão inteligente dos consumos energéticos;

– Conforto e autonomia gerados pela possibilidade de controle de diversos dispositivos da casa como iluminação, portas, janelas, ar-condicionado, chuveiro e eletrodomésticos;

– Comodidade e personalização gerada pela assistência virtual para atividades cotidianas;

– Segurança proveniente de sistemas inteligentes de vigilância integrada;

– Integração com dispositivos de monitoramento de saúde dos usuários.

No que diz respeito às funcionalidades mais beneficiadas por um sistema de automação baseado em IA em estabelecimentos comerciais de pequeno porte, encontram-se: gestão inteligente das atividades operacionais, controle e redução de custos, atendimento personalizado ao cliente, análise estratégica de mercado e concorrência e tomada de decisões gerenciais.

“O avanço das tecnologias de inteligência artificial torna suas aplicações extremamente amplas, com um universo quase que infinito de possibilidades e ideias. Aplicada a fatores como eficiência energética e desenvolvimento sustentável, a IA torna-se uma ferramenta poderosa que pode impulsionar positivamente todos os setores da sociedade. Para o segmento de AVAC não seria diferente. A IA já é uma realidade que tende a aumentar cada vez mais e estar presente em nossa vida cotidiana tanto no aspecto profissional, como pessoal e acadêmico”, conclui Vinicius Silva.

Ainda recorrendo a Chomsky e seus colaboradores, que por “mais úteis que esses programas possam ser em alguns campos específicos (como a programação de computadores, por exemplo, ou para sugerir rimas para versos rápidos), sabemos pela ciência da língua e a filosofia do conhecimento que diferem profundamente do modo como os seres humanos raciocinam e utilizam a linguagem… Essas diferenças impõem limitações significativas ao que podem fazer, codificando-os com falhas inerradicáveis”. Além da incapacidade de desenvolverem um raciocínio ético.

Vinicius Silva

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