As providências de caráter operacional que as entidades recomendam são majorar em 25% a vazão de ar exterior (ventilação), antecipar a operação em relação à ocupação em pelo menos 2 horas, retardar a desativação em pelo menos 2 horas após a desocupação, ou até mantê-lo em operação permanente, e desabilitar o processo de modulação por demanda da vazão de ar de renovação (ventilação).

Recomendam, ainda, desativar os trocadores de calor rotativos dos recuperadores de energia de ventilação, para evitar o risco de contaminação cruzada entre os fluxos de ar externo e de ar de expurgo. Além disso, indicam também providências de caráter estrutural, tais como: Ventilação personalizada; filtração de ar (central ou unitária); e uso de UVGI.

A ventilação personalizada enseja a oportunidade de o ocupante da estação de trabalho respirar o ar externo tratado sem que seja misturado com o ar interno, uma vez que o fluxo é conduzido em conduto exclusivo e é insuflado em direção à zona de respiração, a cerca de 50 centímetros de distância, com vazão de insuflação cerca de 20 vezes maior que a vazão de respiração. Isso mitiga a probabilidade do ocupante da estação de trabalho inspirar possíveis aerossóis infecciosos contidos no ar do ambiente, na eventualidade da existência de pessoa infectada.

Já a filtração do ar com a utilização de filtros F8 ou F9, ao invés de filtros G4, contribui para melhorar a qualidade do ar interior (QAI), uma vez que retém partículas de dimensões 2,5 mm como referência às quais parte dos vírus se incrustam, com eficiências 80% e 90%, respectivamente, para esse tamanho de partícula, para as quais a eficiência dos filtros G4 seria nula, mitigando o risco de contaminação pela redução da dose. Para casos mais restritivos, pode-se usar os purificadores portáteis de ar equipados com filtros HEPA, recirculando o ar interior e podendo, ainda, criar ambientes com pressão positiva ou negativa, conforme a conveniência.

A utilização de lâmpadas UV-C tem eficácia contra fungos, bactérias e vírus, inclusive contra o Sars-CoV-2. Esse dispositivo já integra os projetos de nossa autoria desde 2009, quando iniciamos a geração de projetos com o processo de desacoplamento total entre cargas de resfriamento e de desumidificação. Os equipamentos de desumidificação, que tipicamente são as unidades DOAS de tratamento do ar exterior, desde lá são providos de lâmpadas UV-C e filtros de ar classificação F7.

Francisco Dantas, Diretor da Interplan Planejamento Térmico Integrado

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