O presidente do DNPC da Abrava e diretor da MSA Engenharia, Mário Sérgio de Almeida, apresenta duas tecnologias recentes: CO2 baseado em ponto de ajuste (set point) dinâmico (DR – dynamic reset) e CO2 baseado no reset dinâmico (DR) com controle de nível de zona.

  • CO2 baseado em ponto de ajuste (set point) dinâmico (DR – dynamic reset)

A estratégia do CO2 baseado no reset dinâmico (DR) calcula o ponto de ajuste (set point) necessário para a vazão do sistema de ar exterior (OA), e então modula os registros de ar (dampers) para manter o fluxo de OA no novo set point. O fluxo de ar primário da zona atual e a concentração de CO2 (ou ocupação) são detectados para calcular a taxa necessária de OA para as zonas com sensor de CO2 e/ou zonas com sensores de ocupação. Zonas sem sensores são consideradas como sendo sempre ocupadas com a quantidade de projeto. Esta estratégia de controle pode ser aplicada a qualquer sistema de AVAC com controle digital direto (DDC) no nível da zona e no nível do sistema de tratamento de ar pode resolver as equações e redefinir o ponto de ajuste (set point) da admissão de OA. Um dispositivo de medição de vazão de ar e registros (dampers) de modulação de OA também é necessário. Este controle considera duas mudanças de operação: a variação do número de ocupantes em uma ou mais zonas individuais no sistema; e a variação da eficiência do sistema ventilação.

  • CO2 baseado no reset dinâmico (DR) com controle de nível de zona

Embora a reinicialização dinâmica (reset) no nível do sistema possa garantir que cada zona do sistema satisfaça o requisito da Standard 62.1-2013, o potencial para economia de energia adicional ainda existe se a taxa mínima do fluxo de ar primário para zonas puder ser modulada para aumentar a eficiência do sistema de ventilação (Ev). Portanto, duas opções de estratégia de controle são desenvolvidas para redefinir dinamicamente o ponto de ajuste do fluxo de ar mínimo da zona de ar primário para manter um sistema a uma taxa de OA alvo ou a um alvo de eficiência do sistema de ventilação (designado CO2 – baseado em reset dinâmico DR + ZDR_Vot, ou CO2 baseado em DR + ZDR_Ev, respectivamente).

“Complementando as informações, faço um alerta aos potenciais problemas com DCV ou Reset dinâmico. As estratégias de controle DCV calculam o set point da taxa de fluxo de ar externo requerido com base nas concentrações de CO2 no sistema de insuflação de ar nas zonas, e com base nas taxas de fluxo de ar das zonas. Então, a taxa de fluxo de ar exterior é medida e o damper de OA modula para manter este set point calculado. Aqui estão as possíveis armadilhas da aplicação DCV conforme segue abaixo”.

Pressurização da construção: Muitos prédios são construídos com sistemas de exaustão que estão separados das centrais de unidades de tratamento de ar (AHU). Sistemas de exaustão são necessários para algumas zonas especiais, tais como banheiros, cozinhas, lixeiras, salas de copiadoras etc. A pressurização da construção envolve balanceamento entre a entrada de ar exterior e a exaustão. Ventiladores de insuflação, retorno, exaustão, e dampers de mistura irão impactar na pressurização da construção como um todo. Normalmente, sugere-se que o fluxo de ar exterior seja maior do que o fluxo de ar de exaustão, para manter uma leve pressão positiva dentro do prédio. Se uma aplicação do DCV não for endereçada para as necessidades do ar de exaustão, um controlador DCV poderá não reduzir o fluxo de ar exterior para um nível que resultará em pressurização imprópria da construção.

Localizações e instalação de sensores e sua precisão: As leituras dos sensores e CO2 devem refletir a atual concentração de CO2 nas zonas de respiração. Os sensores não devem estar localizados em dutos de retorno do ar desde que um curto-circuito com a insuflação de ar possa causar leituras não representativas de CO2. Também evite locais perto das portas e janelas operáveis. Os sensores de CO2 estão sujeitos a problemas de calibração e precisão ao longo do tempo. Encontram-se diferenças significativas entre os sensores de CO2 comerciais usados nas instalações. Manutenção periódica é essencial para manter as leituras de concentração de CO2 precisas ao longo do tempo. Como a diferença entre as concentrações de CO2 do ar primário e zonas de ar podem ser muito pequenas, a sensibilidade do sensor é crítica.

 Ana Paula Basile Pinheiro – anapaula@nteditorial.com.br

Veja também: Ventilação controlada por demanda gera substancial ganho de energia 

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