Um processo industrial paralisado pode gerar prejuízos milionários

Os requisitos do cliente podem variar bastante em instalações industriais. A depender da criticidade e complexidade do processo, podemos encontrar equipamentos que também são aplicados em conforto e até equipamentos específicos para a demanda do processo do cliente. Em geral, observamos uma grande participação de sistemas resfriadores de líquidos – ou chillers – que operam produzindo resfriamento de fluidos nas mais diversas temperaturas. Já trabalhamos com processos industriais que necessitam de água a mais de 18°C, 20°C ou maiores, e processos com temperatura de fluidos a temperaturas negativas. Começando por este aspecto, a exigência sobre o equipamento muda, sendo necessário que ele trabalhe de forma confiável em condições de operação distintas das de conforto.

O grau de criticidade do processo implica que a exigência sobre a robustez e a atenção dada à manutenção destes equipamentos sejam maiores. Ao contrário do conforto, em que uma situação de indisponibilidade de equipamentos geralmente resulta somente no desconforto dos ocupantes, um processo industrial paralisado pode gerar prejuízos milionários. Por este motivo, não é incomum que a atenção dada à especificação dos equipamentos para que os critérios técnicos e operacionais do processo sejam devidamente atendidos de forma robusta.

Setores como indústria alimentícia, de energia, têxtil, plásticos e farmacêutica costumam se destacar na demanda por climatização na linha de produção. O processo é quem irá ditar que tipo de especificidade será exigida dos equipamentos. Processos em atmosfera explosiva, por exemplo, necessitarão de motores e ventiladores especiais ou soluções de engenharia que enderecem esta característica. Alguns processos industriais podem exigir temperaturas muito distintas das aplicadas em soluções de conforto e, portanto, desde o fluido refrigerante, o tipo de compressor e o sistema de controle podem necessitar de exigências especiais.

Observamos uma predominância de aplicação de sistemas de água gelada em indústrias como as de termoplásticos, visto que as máquinas injetoras possuem trocadores de calor no próprio equipamento e partes a serem refrigeradas que necessitam de um fluido secundário. Portanto, é comum a utilização de unidades resfriadoras de líquido, seja resfriada por ar ou água a depender do porte da instalação. Também é comum aproveitar parte da capacidade de refrigeração destas unidades para condicionar alguns ambientes.

Os níveis de filtragem, os patamares de temperatura e umidade devem ser adequados para o espaço e processo e os fluxos de ar devem ser adequados para evitar a contaminação dos produtos, mas, também, a operação deve ser adequada para minimizar a entrada de contaminantes ou a transferência destes para os produtos. O projeto irá definir os aspectos relevantes para os equipamentos necessários e as estratégias adotadas para prover qualidade do ar. Portanto, entendo que a solução para problemas de qualidade do ar neste setor passa por envolver profissionais de projeto, que possuam experiência no setor,

As temperaturas do processo podem ou não permitir que uma mesma CAG atenda às necessidades de processo e conforto, mas em geral observamos diversos casos deste tipo. É fundamental entender a simultaneidade das cargas e como se dará o sistema de distribuição de água para que não haja nenhum tipo de conflito entre as demandas. Certamente, a estratégia mais acertada é adotar um bom sistema de controles, que realize a operação de forma segura, garantindo disponibilidade e performance.

Rafael Dutra, Coordenador de Aplicação da Trane

 

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