Após 100 edições, projeto original mantém seus pressupostos básicos sem perder a renovação

Em abril de 2014 começava a circular a primeira edição da revista Abrava + Climatização & Refrigeração, fruto de parceria entre Abrava e Nova Técnica Editorial. Até então ambas as organizações editavam suas publicações direcionadas ao público do AVAC-R, as revistas Abrava, órgão oficial da Associação, e a Climatização + Refrigeração, da Nova Técnica Editorial.

Wadi Tadeu Neaime ocupava a presidência da Associação àquela altura. Arnaldo Basile era o Vice Presidente e cotado para ser o próximo presidente. Ambos, ao lado de Gilberto Carlos Machado, então diretor responsável pela revista no âmbito da Abrava, empreenderam esforços para que a união entre as duas publicações triunfasse.

“Além da questão de otimização dos custos e dos esforços operacionais, observava-se claramente a inútil tentativa de dividir unidades indivisíveis. A Revista Abrava e a Revista Climatização poderiam ser consideradas irmãs siamesas, mas estavam operando separadamente, cada qual esforçando-se para alcançar o melhor, no entanto, havia atributos positivos que sobejavam em uma delas e careciam na outra e vice-versa”, avalia Neaime.

Avaliação semelhante faz Machado. “Na época estava também participando como diretor de marketing da Abrava, na gestão do Wadi como presidente, que era responsável direto junto com a equipe de edição pela gerência da revista na Abrava. Durante o processo de edição da revista pela Abrava, identificamos que revista é importante para as divulgações e informações da Associação e temos ciência que somos geradores de informações e eventos, porém, a elaboração e execução de revista não faz parte do core-business de uma associação, assim, decidimos estabelecer parceria com profissionais especializados e voltar com a Nova Técnica Editorial, que tinha sido uma grande parceira, e prosseguir este modelo de negócio de sucesso.”

Avaliava-se, então, que o mercado brasileiro de AVAC-R não suportava duas publicações com idêntico conteúdo, marcado pela seriedade técnica e editorial. Várias eram as manifestações da indústria no sentido de existir uma bifurcação das publicações. Assim, a aprovação do processo de unificação foi sem traumas, redundando numa revista bem superior às duas até aquele momento existentes.

Na verdade, não houve esforço tão grande para a compatibilização editorial. As culturas eram, de certa forma, semelhantes, ambas marcadas por alguns pressupostos básicos: boas práticas de projeto, instalação e manutenção; eficiência energética dos sistemas e processos; e qualidade do ar de interiores.

“Os benefícios para todos os envolvidos tampouco podem ser menosprezados. “Ganhos de qualidade a altura do posicionamento da Abrava, enquanto principal associação do setor, beneficiando o mercado como um todo. Os ganhos técnicos com o novo veículo refletiram positivamente na imagem institucional da entidade”, completa Neaime.

Machado, por sua vez, relaciona algumas vantagens advindas da unificação: “Primeiro, ter uma revista elaborada com a qualidade de profissionais reconhecidos no mercado; concentrar o foco em uma única mídia que represente o setor; consequentemente, melhorar o conteúdo, aumentando o número de anunciantes; deixar os anunciantes mais confortáveis e melhorando seus anúncios em vez de dividi-los entre as mídias. O balanço é bastante positivo durante todo o período, infelizmente o desafio para manter a qualidade da mídia tem sido desafiador devido as tendências e ocorrências, assim, é mais uma certeza que o certo foi feito.”

Já em sua primeira edição a revista trazia enquanto temas de capa a climatização em ambientes de missão crítica, salas limpas na indústria eletrônica e anunciava a entrada do BIM nos projetos de AVAC. Além disso, esboçava o perfil de um dos mais respeitados profissionais do setor: César Romera.

Um ano depois, a edição de número 13 fazia o perfil de Giovanni Sarti, destacado projetista. As matérias principais falavam de tecnologias para tratamento do ar, renovação do ar em sistemas split e a relação de consumo energético e filtração do ar.

Em maio de 2016 a preocupação era com ambientes de grande concentração, relacionando-os à qualidade do ar interno. Mostrava o avanço das ações de fiscalização relacionadas ao PMOC e tocava, ainda, num tema diretamente ligado à eficiência energética: o isolamento de grandes tubulações.

Em outubro de 2017 o assunto principal era o balanço da Febrava e do Conbrava. As boas práticas não eram negligenciadas e, assim, os pressupostos éticos, técnicos e legais dos projetos de AVAC-R foram os assuntos destacados.

A se observar pela sequência de capas e assuntos das várias edições, ano a ano, fica claro que os princípios que orientaram a junção das duas publicações não só permaneceram, como foram fortalecidos. A maior constatação está na capa da edição número 74, de maio de 2020, que mostrava a contribuição do AVAC-R para o combate à Covid-19.

No período que vai da eclosão dos casos de contaminação pelo novo coronavírus, até a presente data, a revista, como todos os demais negócios, foi muito prejudicada com a fuga de anunciantes e faturamento. Foram, também, dois anos sem eventos presenciais, forte apoio para a manutenção da qualidade gráfica e editorial da revista. Mas em nenhum momento os pressupostos que norteiam o projeto inicial, construído pela Abrava e Nova Técnica Editorial, foram negligenciados.

Veja também:

Uma unificação bem-sucedida

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