A questão ESG está na moda atraindo muitas empresas privadas, o setor público, e organizações não governamentais (ONG). O problema deste certo hype ao redor do tema, é evitar que ele seja somente “para inglês ver”, evitando o que ficou conhecido como greenwashing com muitas companhias perdendo sua credibilidade. O assunto é complexo com muitas ações potencialmente contraditórias e, muitas vezes, difícil de avaliar seus impactos e resultados. Por outro lado, o ESG é um assunto que veio para ficar, pela simples razão de que nós precisamos apoiar e incentivar as boas práticas de desenvolvimento sustentável dentro das companhias.

Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, 2018) sistemas de climatização de ambientes correspondem a 10% de toda energia elétrica usada no mundo hoje, com previsão de triplicar o consumo até 2050. Isto significa que o setor de AVAC-R é responsável por uma parcela muito significativa das emissões de gases de efeito estufa por causa da geração de eletricidade necessária para atender esta demanda de ar-condicionado.

Eu enxergo três principais contribuições para a questão ambiental. Uma, sendo mais direta, relacionada à substituição dos gases refrigerantes atuais por alternativas de baixo potencial de aquecimento global, os chamados refrigerantes de baixo GWP. Este tema já tem uma agenda estabelecida pela Emenda de Kigali, com ramificações tanto no processo produtivo como no desenvolvimento de novos produtos. O outro ponto significativo é trabalhar no aumento da eficiência energética dos equipamentos para reduzir o consumo de energia elétrica. Por último, algo não restrito somente ao setor de AVAC-R, que seria aumentar o uso de materiais recicláveis.

Hoje no Brasil, existe uma alta taxa de desemprego e muitas vagas a serem preenchidas sem pessoal competente e treinado. A principal contribuição do AVAC-R na questão social é a educação no seu escopo mais amplo para combater as deficiências em cascata que sabemos existir na formação das pessoas.

Toda empresa necessita ter lucro para poder continuar a existir, tanto para financiar suas iniciativas estratégicas, quanto para dar o retorno dos investimentos dos acionistas. O desafio da abordagem ESG, e o motivo da criação do conceito, é que a nossa sociedade não deveria sofrer no processo, e a atividade das corporações precisa ser conciliada com a parte ambiental, social com uma governança responsável. Isto só vai acontecer quando os acionistas, conselhos de administração e alta direção incluírem o atendimento da agenda ESG como meta e fator de sucesso da empresa, além dos resultados financeiros. Empresas maiores com capital aberto negociado em bolsa, como as grandes multinacionais do setor, acabam tendo que implantar e divulgar a sua estratégia corporativa de ESG para atender exigências regulatórias de governança do mercado de capitais.

A questão do ESG está firme em nossa pauta estratégica. No primeiro momento, percebemos que temos muitas ações em curso abordando os temas ambientais, sociais e de governança corporativa, mas que precisam ser mais bem documentadas e divulgadas. As primeiras iniciativas passam por um diagnóstico do que já temos implantado para depois pensarmos em transformar em políticas mais formais. Como plano estratégico estamos buscando consultorias especializadas, apoio em sistemas de gestão reconhecidos internacionalmente como ISO 14001, e contratando pessoas mais experientes no tema para ajudar nas adequações.

A relação da pauta ESG com a descarbonização do setor de AVAC-R está diretamente relacionada ao aumento da eficiência energética dos equipamentos e com o uso de refrigerantes de baixo GWP. A Klimatix, nova unidade de negócios da Mecalor para atender o segmento de AVAC-R, está trabalhando firme para consolidar uma linha de produtos cada vez mais eficientes e mais modernos. As iniciativas envolveram o lançamento de uma linha completamente nova de climatizadores de precisão para o mercado de Data Centers, a inclusão no portfólio dos produtos Smardt, empresa líder mundial em chilers com mancal magnético, e um funil de P&D que envolve produtos com gases refrigerantes de baixo GWP.

George Gabriel Szegö, Gerente de Vendas Klimatix

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