Um projeto de distribuição de ar bem elaborado, contribui para a qualidade do ar na medida em que garante que o ar externo de renovação seja distribuído de forma mais uniforme em toda a zona ocupada. Da mesma forma em que faz com que as temperaturas fiquem uniformes, sem zonas quentes e zonas frias.

A consequência do incorreto uso de difusores tanto para a qualidade do ar interior como para o conforto térmico é a formação de zonas quentes e zonas frias e diferentes porcentagens de ar externo de renovação, conforme o local em que se está podendo criar zonas com baixa renovação de ar.

A forma de especificar difusores e grelhas para cada tipo de aplicação é função principalmente do pé direito da instalação. Em locais de pé direito baixo, precisamos garantir o efeito coanda, em que o ar frio deve ser direcionado para o teto, e descer por gravidade para a zona ocupada, de forma que os ocupantes não sintam um vento frio em sua direção. Já em locais com pé direito alto, a seleção é feita com base no alcance do dispositivo de difusão utilizado, podendo ser desde difusores de alta indução a difusores do tipo jetnozzle.

A distribuição do ar através do displacement flow tem uma vantagem energética ao garantir a mesma sensação térmica com temperaturas de insuflação e retorno mais altas, o que contribui para a economia de energia, como também uma melhoria na qualidade do ar interior, pois, uma vez o ar sendo distribuído de baixo para cima, a distribuição do ar externo de renovação se torna mais eficaz, já que o ar exalado por nossa respiração, mais quente, sobe para o retorno, misturando-se menos com o ar renovado que vem de baixo.

Outro processo de distribuição de ar que melhora tanto o conforto térmico como a qualidade do ar interior são as vigas frias. As vigas frias dividem-se em 2 tipos, as vigas frias passivas, nas quais o ar entra pelas suas laterais e sai pelo centro, por conta do ganho de densidade oriundo da redução de sua temperatura, e as vigas frias ativas, em que se injeta o ar externo de renovação na viga, promovendo a movimentação do ar por efeito venturi. Neste caso, o ar tem fluxo invertido em relação à viga fria passiva; ele entrará pelo centro e sairá já misturado com o ar externo de renovação pelas laterais. A qualidade do ar melhora pelo fato do ar externo de renovação, que vai para cada viga fria ativa, ser distribuído de forma mais uniforme nos ambientes. O conforto térmico se dá pela menor velocidade do ar, com o acréscimo, também, do aumento no conforto acústico, pois, como a vazão de ar é menor, temos menos ruído sendo gerado pelo sistema de ar-condicionado.

Marcos Santamaria Alves Corrêa, responsável pela engenharia de aplicação das Indústrias Tosi

 

 

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