“Recentemente fizemos dois hospitais de grande porte, clínicas de imagem e retrofits. Hoje há um cuidado maior nos projetos no cumprimento das normas técnicas como nas questões de contaminação hospitalar, entre outros. Se leva mais em conta as necessidades de controle do conforto térmico (umidade e temperatura), em especial da qualidade do ar, embora isso exige mais investimento por parte dos clientes”, revela Luiz Emilson Leiria, diretor da Artemp Engenharia e presidente da Anprac.

Luiz Emilson Leiria

Ele informa que a maioria dos projetos especifica UTA dedicada ao tratamento do ar externo, no caso de instalações de água gelada, ou sistemas de ventilação dedicados, no caso de sistemas de expansão direta, de acordo com as requeridas pela norma NBR 7256, em revisão, além de controles dedicados e cuidados na área de filtragem e na locação das TAE. “Os cuidados se estendem também, segundo a Norma, no uso de filtros até da classe H13 quando se trata de ar contaminado. As RE da ANVISA e a NBR 7256 precisam ser cumpridas tanto no projeto quanto na instalação. Fora isso, há uma série de recomendações da Ashrae que podem auxiliar o projetista. Pode-se fazer um projeto muito bom sob o ponto de vista da qualidade do ar interior com soluções de engenharia que primam, também, pela eficiência energética. Tudo vai depender da experiência e da criatividade do projetista. Como referência cito duas obras que fizemos: o Hospital da Costa do Cacau, em Ilhéus (BA) e o Hospital Municipal de Salvador, em Salvador (BA)”, informa Leiria.

Davi Vilela Nóbrega, diretor técnico comercial da Comtel Engenharia, diz que os atuais empreendimentos hospitalares têm se preocupado em atender as normas vigentes e, alguns, se destacam utilizando a mais moderna tecnologia. “Observo também que cada vez mais as máquinas hospitalares necessitam de um melhor projeto de ar condicionado, exigindo controle preciso de temperatura e umidade para que possam operar adequadamente. Na rede pública, no período de 2010 a 2014, fizemos vários novos hospitais de grande porte e soubemos de vários outros empreendimentos hospitalares de médio porte. Já de 2014 até hoje, tenho observado alguns orçamentos e obras acontecendo, porém, a rede pública não está com dinheiro e os projetos/obras têm ficados parados sem conclusão. Já a rede privada tem realizado diversas obras hospitalares, em ritmo mais lento, mas que devem iniciar no próximo ano. Esses projetos recentes buscam sempre atender as normas vigentes, especificando tecnologia de ponta nos projetos e instalações de ar condicionado central em ambientes hospitalares, pautada no controle de pressão positiva ou negativa, controle de infecção através de sistemas de filtragens integrados e controles precisos de temperatura e umidade, com bastante rigidez quando se trata de projetos e obras de ar condicionado para ambientes hospitalares. Destaco ainda os projetos com sistemas de tratamento de ar de renovação utilizando rodas entálpicas e com UTAs dedicadas para o tratamento de ar exterior”.

Ravindra Tailor, consultor da Seimmei, é enfático ao mencionar que uma das fontes causadora de infecção hospitalar é o sistema de ar condicionado sem manutenção e conservação adequada. “Isto inclui a substituição dos filtros no tempo certo. O sistema pode abrigar bactérias, vírus e fungos. Os principais microrganismos evidenciados como causadores de infecção são: Legionella pneumophila, Bacillus sp, Flavobacterium sp, Pseudômonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Mycobacterium tuberculosis, Neisseria meningitidis, Penicillium sp, Cladosporium sp, Fusarium sp, vírus de influenza e sincicial respiratório. A serpentina de resfriamento e desumidificação de ar e a bandeja de coleta de água condensada do sistema de ar condicionado são as principais fontes de multiplicação microbiana, por formar biofilme e desencadear a cadeia de transmissão. Uma recomendação é a utilização das lâmpadas UV para combater a proliferação dos microrganismos. Para tanto, é importante a instalação de unidade de tratamento de ar que utilize o rotor dessecante para desumidificação de ar e a serpentina para resfriamento do ar, retirando o calor sensível, garantindo no ambiente a temperatura, umidade relativa e condições de pressurização requeridas. Sempre mantendo uma manutenção preventiva e substituição de filtros adequados”, orienta Tailor.

Veja também:

Revisão da NBR 7256 – Tratamento de ar em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS)

Novas soluções conciliam manutenção da qualidade dos ambientes com redução dos custos operacionais Controle da qualidade e tratamento do ar requerido pelas normas técnicas

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